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Nacional
Sexta - 08 de Dezembro de 2006 às 08:40

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Abandonada pelos partidos da base na eleição para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), a bancada do PT reconheceu ontem que terá de negociar mais com os aliados se quiser emplacar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Câmara no lugar de Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Ainda sob o impacto da derrota de quarta-feira, o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), avaliou que entre 100 e 110 deputados de partidos da base votaram a favor do candidato Aroldo Cedraz (PFL-BA) e derrotaram o deputado governista Paulo Delgado (PT-SP).

"A eleição para o TCU mostrou um problema real que nós temos de enfrentar", afirmou Fontana. "A base tem de assumir outra postura em relação à presidência da Câmara. Não vamos ter a repetição de ontem (anteontem) na eleição de fevereiro." Fontana mais uma vez defendeu o direito de o PT lançar um candidato à disputa pela presidência da Casa. "Se o recado foi o veto ao PT, é um erro político da base. Não vetamos ninguém nem aceitamos ser vetados nessa disputa", disse. Fontana atribuiu a um 'erro da base' a derrota de Delgado e a vitória do deputado pefelista.

O revés imposto pelos partidos governistas na eleição para o TCU no dia seguinte ao lançamento da candidatura de Chinaglia à presidência da Câmara foi avaliado na Casa como um aviso dos aliados ao projeto de poder do PT. Os petistas acreditavam que os partidos aliados que realizaram a prévia que escolheu Delgado votariam no candidato oficial. Delgado obteve só 148 votos no plenário, mas teria vitória garantida se os 213 deputados que participaram da eleição preliminar votassem a seu favor. Cedraz conseguiu 172 votos.

"O PT precisa descobrir que há vida inteligente fora do PT", avaliou o deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), um dos candidatos que abriram mão da candidatura ao TCU a favor de Delgado, depois da prévia.

Irritados, petistas criticavam ontem o comportamento dos aliados que ajudaram na derrota de Delgado. "Isso não é traição, é falta de escrúpulos. Quem participa de um acordo tem de cumpri-lo", disse o deputado Carlito Merss (PT-SC). "Até na guerra há acordos que são cumpridos. Aqui não há regra. Se nem uma regra acordada vale, o que vai valer daqui para frente, qual vai ser a relação de confiança, sangue no sangue?"





Fonte: AE

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