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Economia
Quarta - 06 de Dezembro de 2006 às 16:47

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O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que o grande desafio do governo nos próximos quatro anos será colocar em prática medidas para aumentar o nível de investimentos públicos e privados. Segundo Appy, que concedeu entrevista à Câmara Americana do Comércio de São Paulo, é preciso separar as questões conjunturais das estruturais. "Estruturalmente, o maior entrave ao crescimento do País é o baixo nível de investimentos", afirmou.

"Toda a discussão hoje no governo com relação à política para os próximos quatro anos está focada em criar condições para incrementar investimentos privados e públicos e, dessa forma, ampliar o ritmo de crescimento." Ele ressalta que é preciso acelerar as reformas para retirar os entraves ao aumento da produtividade e da eficiência da economia. "São questões regulatórias, da estrutura do mercado financeiro e ainda relativas à estrutura tributária que precisam ser resolvidas."

Appy destacou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano vai depender do ritmo do quarto trimestre. De acordo com ele, as informações disponíveis até agora são bastante positivas quanto ao crescimento da produção. "Há sinalização de recuperação do ritmo de atividade após o resultado do terceiro trimestre, que de fato foi relativamente fraco. O Ministério da Fazenda tem uma projeção para 2006 oficial, dado que utiliza quando envia bimestralmente a revisão de receitas e despesas ao Congresso Nacional. O último número é de crescimento de 3,2%", argumentou.

Segundo ele, o governo já realizou uma importante agenda de reformas microeconômicas ao longo dos últimos quatro anos, com impacto importante sobre a eficiência da economia. Para Appy, do ponto de vista conjuntural, dois fatores determinam o ritmo de crescimento da economia: um deles é a elevação da demanda, determinada por vários fatores, como a política monetária, e o outro é o aumento das importações.

"Parte do aumento do consumo doméstico está se convertendo em deslocamento da demanda para o exterior. Isto é natural depois de muitos anos de incremento do saldo comercial", afirma, acrescentando, que "o mais importante é criar condições para que o Brasil cresça de forma acelerada nos próximos anos".

Appy destaca também que o governo implementou importantes medidas de desoneração do investimento nos últimos anos. "Até 2002, o País tinha em relação ao PIS e à Cofins uma tributação cumulativa na fabricação de bens de capital que não gerava qualquer crédito ao investidor, ou seja, uma tributação que poderia chegar a 10% do preço das máquinas", exemplifica.





Fonte: Estadão

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