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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quarta - 06 de Dezembro de 2006 às 05:30

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Uma pane nos equipamentos de rádio que fazem a comunicação entre aviões e o centro de controle de vôo de Brasília (Cindacta-1), o principal do País, provocou ontem novo apagão no tráfego aéreo brasileiro. Depois de paralisações de 15 minutos pela manhã e de 2 horas no início da tarde, a Aeronáutica mandou suspender, a partir das 19h30, todas as decolagens dos Aeroportos de Congonhas (SP), Juscelino Kubitschek (DF) e Confins (BH), provocando caos nos três terminais.

Foi a primeira vez, desde a criação da atual estrutura dos Cindactas, há 23 anos, que ocorreu uma pane dessa dimensão. “Nunca houve um dia como este na aviação civil brasileira”, disse, em Brasília, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.

“É o caos do caos”, desabafou outro diretor da Anac, Leur Lomanto, após reunião com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Coube à Anac solicitar às empresas a suspensão dos vôos que partiam dos três aeroportos e a colocação de aviões extras para atender à demanda reprimida hoje. Pegas de surpresa, as companhias ainda estudavam, no início da noite, planos de emergência. Apesar de irritadas, as empresas preferiram não se manifestar sobre a crise.

Até as 22h30, segundo fontes da Aeronáutica, algumas das 20 freqüências de rádio usadas no contato com aviões continuavam inoperantes. Ao contrário dos outros dois apagões ocorridos este ano, quando controladores recorreram a uma operação-padrão, aumentando o intervalo entre as decolagens, ontem a pane inviabilizou completamente as operações.

A Anac divulgou que houve 350 atrasos em vôos só entre meia-noite e 17 horas. A crise provocou uma reunião de emergência, convocada no fim da noite no Palácio do Planalto, com a participação do alto escalão da Aeronáutica e do ministro da Defesa, Waldir Pires.

Segundo o comandante do Cindacta-1, coronel Carlos Aquino, a primeira pane do sistema, parcial, aconteceu entre 9 e 10 horas, afetando 7 das 20 freqüências de rádio. A segunda ocorreu entre 13 e 16 horas, quando, depois de três horas de paralisação total, com todas as freqüências inoperantes, as operações foram retomadas.

De acordo com a Anac, apenas a ponte aérea Rio-São Paulo, cujo controle de vôo não está subordinado ao Cindacta-1, e vôos regionais da Região Sul não sofreram prejuízos com a pane. Mas a ponte aérea teve de estender o horário de funcionamento para a madrugada, em virtude da dificuldade de operação em Congonhas. Os vôos para Brasília, por exemplo, só foram liberados à meia-noite.

Aquino disse que todos os equipamentos do Cindacta-1 são novos e a manutenção está “absolutamente em dia”. Ele garantiu que a pane não aumentou o risco de incidentes. “A prioridade foi pousar quem estava voando.” A Aeronáutica teme que os problemas prossigam hoje, até pela demanda extra de vôos provocada pelos atrasos de ontem. O novo capítulo da crise também põe em risco a manutenção no cargo do comandante da Força Aérea, brigadeiro Luiz Carlos Bueno.





Fonte: AE

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