Brasil espera que Chávez impulsione integração energética regional

O ministro de Minas e Energia Silas Rondeau disse hoje que a reeleição do presidente venezuelano, Hugo Chávez, é "importante" para a integração energética da América do Sul.

"A manutenção de uma pessoa que defende a integração energética é importante para uma visão de médio e longo prazo", disse Rondeau, ao ser perguntado sobre o triunfo de Chávez, um aliado estratégico do Brasil nas áreas energética e comercial.

"Fica mais próximo o sonho de uma verdadeira integração dos gasodutos do continente, principalmente de Venezuela, Brasil e Argentina, que são os maiores mercados da região", acrescentou.

O ministro falou hoje sobre o "O Brasil e a futura matriz energética", durante um seminário no Rio de Janeiro organizado pela Câmara de Comércio Americana.

A Venezuela é uma fonte energética importante para a América do Sul. Segundo o ministro, está sendo discutida uma idéia de integração dos países produtores de gás da América do Sul.

Rondeau referia-se à proposta de construção do chamado "Gasoduto do Sul" uma mega-rede de encanamentos de cerca de 10 mil quilômetros, que percorreria todo o subcontinente a um custo de pelo menos US$ 23 bilhões.

A idéia inicial de Chávez consiste em exportar por esse sistema 150 milhões de metros cúbicos de gás natural extraído do litoral venezuelano.

Brasil, segundo Rondeau, se inclina pela interconexão de várias redes regionais para não depender de uma só fonte externa.

As discussões sobre integração energética estarão na pauta de uma reunião prevista esta semana em Brasília, na qual se espera a presença do presidente venezuelano.

"Sempre estamos avaliando o gasoduto, é uma pauta constante", disse o ministro.

Chávez ganhou a reeleição para um segundo mandato de seis anos com cerca de 61% dos votos, frente aos 38% de seu principal oponente, o social-democrata Manuel Rosales.