Desaceleração de alimentos leva a IPC-S menor em SP

A desaceleração nos preços de alimentação (de 0,93% para 0,65%) levou à taxa mais baixa no Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) de até 30 de novembro na cidade de São Paulo, que subiu 0,30%, ante alta de 0,31% no indicador anterior. A informação é do vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Vagner Ardeo.

Segundo ele, na passagem do IPC-S de até 22 de novembro para o índice de até o último dia 30, a elevação de preços dos alimentos industrializados perdeu força. "Isso compensou as altas nos preços dos cigarros (6,22%) e em transportes, em São Paulo", acrescentou, lembrando que no dia 28 foram aumentados os preços de trem, ônibus e metrô na cidade. Entre os destaques no setor de alimentos, está o aumento mais fraco nos preços de carne bovinas (de 4,32% para 2,20%).

Porém, os preços na cidade não vão continuar a desacelerar por muito tempo. Ardeo considerou que o resultado do IPC-S na cidade, anunciado hoje, sofreu o impacto de apenas dois dias de alta nos preços de transportes. "Durante todo o mês de dezembro, o IPC-S na cidade vai subir mais fortemente, e pode chegar a taxas acima de 0,50%", afirmou.

O economista informou ainda que o núcleo da inflação do varejo em São Paulo, medido a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preço no IPC-S de até 30 de novembro no município, avançou 0,17% em novembro - acima do núcleo anterior, de 0,11%. Foi a taxa mais alta para um núcleo desde abril deste ano. "Mas não é preocupante, o resultado do núcleo ainda é muito baixo", considerou.

No Rio de Janeiro, a desaceleração na taxa do IPC-S na cidade (de 0,24% para 0,07%) foi causada principalmente pela intensificação do recuo nos preços de habitação (de -0,35% para -0,67%). De acordo com o economista da FGV, André Braz, a classe de despesa foi beneficiada pela deflação na tarifa de eletricidade residencial (-3,28%).