Médicos encerram greve de 10 meses em Várzea Grande
A greve dos médicos da rede municipal de Várzea Grande, que já ultrapassava os 10 meses, enfim, será encerrada, após a categoria ter sido ouvida pela secretária de Saúde ,Jaqueline Guimarães, esposa do prefeito Walace Guimarães (PMDB) que se comprometeu em atender boa parte das reivindicações dos profissionais. A decisão foi tomada após uma assembleia entre membros da diretoria do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed) na noite desta quarta-feira e integrantes da pasta de saúde do município. Agora, falta apenas a decisão ser oficializada pelo Sindimed o que deve ocorrer entre hoje e amanhã, informa o vice-presidente do sindicato, Celso Vargas Reis.
"Decidimos dar um voto de confiança, pois fomos ouvidos, sentamos e conversamos com a secretária que apresentou prazos, e propostas para a compra de medicamentos que faltam na unidade, para reforma estrutural da unidade que atualmente não oferece condições adequadas para o trabalho dos médicos. Achamos interessante o que ela nos propôs, uma vez que os salários, hoje, estão em dia e resolvemos acreditar que as promessas apresentadas serão cumpridas", enfatiza Vargas. Outra proposta do prefeito que contribuiu para o término da greve é a promessa de elaboração de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV).
O representante do Sindmed pontua que a motivação da greve de quase um ano foi uma série de irregularidades no Pronto-Socorro do segundo maior município do Estado que também absorve a demanda de cidades vizinhas. "Faltam materiais, remédios, a infraestrutura também é precária, mas enfim, vamos esperar que as propostas contidas no plano de ação apresentado pelo prefeito sejam cumpridas", observa.
Por sua vez, o prefeito Walace Guimarães disse que a classe médica entendeu que a greve complica o atendimento nas unidades de saúde e acaba comprometendo ações no Pronto-Socorro. "Nós não temos medido esforços para atender ás reivindicações feitas pelos trabalhadores da saúde, por isso, foi possível se chegar a um entendimento", comentou o gestor em nota publicada no site da prefeitura de Várzea Grande.
Walace pontuou ainda que justificou ainda que "muitos dos itens reivindicados necessitam de ações burocráticas", por isso ele não tem condições de atender de imediato. "Mas estamos abertos ao diálogo e não vamos medir esforços para resolver as questões pendentes‘, garantiu o prefeito.
A greve foi deflagrada em 11 de junho de 2012 pelos cerca de 350 médicos da rede pública de saúde de Várzea Grande que reivindicavam o cumprimento total de acordo firmado pela Secretaria Municipal de Saúde em abril de 2011, porém, não cumprido em sua totalidade. Exigiam ainda verbas indenizatórias atrasadas e a implantação definitiva da lei 3.723/2012 que substitui as verbas indenizatórias. Nesses 10 meses de paralisação, travou-se uma batalha judicial entre a prefeitura que recorria à Justiça para obrigar que os profissionais voltassem ao trabalho e o Sindimed que recorria e entrava com recursos contra as decisões desfavoráveis. Enquanto isso, apenas uma parte do efetivo de 350 médicos continuava trabalhando.
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