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Internacional
Segunda - 04 de Dezembro de 2006 às 00:31

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SÃO PAULO - Os médicos que cuidam de Augusto Pinochet descartaram neste domingo a realização de uma nova cirurgia no general chileno porque o procedimento seria muito arriscado. "Nas condições do general Pinochet, aos 91 anos de idade, uma cirurgia coronária de revascularização é de altíssimo risco", disse o médico Juan Ignacio Vergara, porta-voz do hospital militar onde Pinochet permanece internado.

Líder do regime militar que comandou o Chile entre 1973 e 1990, Pinochet foi internado às pressas na madrugada de domingo, depois de sofrer um ataque cardíaco provocado por um infarto no miocárdio. De acordo com Vergara, o quadro de saúde de Pinochet apresentou uma leve melhora depois da angioplastia a que ele foi submetido logo depois de chegar de ambulância ao hospital.

O general também tinha um edema pulmonar agudo, que, segundo os médicos, já foi controlado. "O edema pulmonar foi secundário ao problema cardíaco provocado pelo infarto", disse Vergara. "Sua evolução nestas 12 horas foi bastante satisfatória. Estamos muito contentes."

"Ele está consciente, se comunica conosco e com a família, mas seu estado de saúde segue sendo grave", acrescentou o médico. De acordo com o porta-voz do hospital, é provável que não seja necessário submeter o general a uma nova cirurgia porque a angioplastia foi suficiente para desobstruir a artéria do coração afetada pelo infarto.

Insultos O próximo boletim sobre o estado de saúde de Pinochet será divulgado na manhã desta segunda-feira. Em meio às notícias sobre a saúde do general, o ministro porta-voz do governo chileno, Ricardo Lagos Weber, descreveu as especulações sobre preparativos para um eventual funeral do general como rumores "de mal gosto".

Alguns admiradores de Pinochet permaneceram concentrados desde a manhã de domingo em frente ao hospital militar, com bandeiras do Chile e fotografias do general. Críticos do regime de Pinochet trocaram insultos com os admiradores do general, mas nenhum incidente maior foi registrado.



De acordo com Luis Cortés Villa, dirigente da Fundação Pinochet, o próprio general afirmou recentemente que estava "na fase terminal" de sua vida.

Golpe Em 1973, Pinochet liderou um golpe militar que derrubou o governo de esquerda eleito no Chile e liderado pelo então presidente Salvador Allende. Milhares de pessoas foram mortas ou forçadas a partir para o exílio durante o regime comandado por Pinochet, que é acusado de violações dos direitos humanos e evasão fiscal.

Há pouco mais de uma semana, Pinochet aproveitou o seu aniversário de 91 anos para dizer em um comunicado que assumia a responsabilidade por tudo o que ocorreu durante os 17 anos em que esteve à frente do regime militar no Chile.

No mesmo texto, o general também defendeu suas ações e decisões e disse que se viu obrigado a lutar contra o governo de Allende porque ele estava levando o país ao caos político e social.




Fonte: BBC Brasil

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