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Nacional
Domingo - 03 de Dezembro de 2006 às 09:00

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Dois controladores de vôo que estavam trabalhando na tarde de 29 de setembro, quando o Boeing da Gol que fazia o vôo 1907 caiu em Mato Grosso, falaram à revista ''Época'' e confirmaram a existência de uma ''zona cega'', em que é difícil manter a comunicação entre torres de controle e pilotos. Além disso, eles afirmaram que os equipamentos usados para monitorar os aviões no país são modernos, mas malconservados. Nenhum dos dois quis se identificar.

Na sexta-feira (1º), o G1 publicou, com exclusividade, uma entrevista com um profissional que estava de plantão no dia do maior acidente da aviação nacional. Ele afirmou que está abalado, disse que há uma ''área cega, surda e muda'' no espaço aéreo brasileiro e fez um alerta sobre a precariedade do controle de tráfego de aviões: "A bomba-relógio está ligada novamente. Vai estourar. Já aconteceu e vai acontecer novamente''.

Em entrevista à Época, um controlador confirmou: ''A zona cega existe. É uma área muito grande, maior que vários estados. Pega o Norte de Mato Grosso, o Tocantins e chega à Bahia. É um grande retângulo no meio do país.''

O mesmo profissional disse que faltam investimentos em antenas e radares nas torres de controle. ''O pessoal da técnica conta que os aparelhos muitas vezes funcionam com gambiarras, mesmo. Se tem um problema, o técnico remenda um fio, uma coisa paliativa que a qualquer hora pode voltar a dar problema. O Cindacta 1 é uma casca. Quem vê a nossa base acha tudo moderno, mas falta investir no principal: antenas e radares, que passam informações para a base. Nos Estados Unidos, os consoles (monitores) são antigos, mas as freqüências e as antenas dificilmente falham'', afirmou.

Segundo os controladores, o número de quase-colisões de aeronaves no espaço aéreo brasileiro aumentou recentemente. "Um avião tem de passar a 300 metros do outro num mesmo nível, ou a nove quilômetros quando estiverem na mesma altitude. Não é normal um avião passar a 30 ou 50 metros de outro, mas isso acontece, e nós chamamos de incidente. A Aeronáutica quer que se acredite que isso é normal, mas é preciso avaliar o risco, se é potencial ou crítico", contou.





Fonte: G1

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