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Nacional
Sábado - 02 de Dezembro de 2006 às 23:02

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O maior piscinão de São Paulo pode deixar de existir. O reservatório Pedreira São Mateus, em Guaianases (zona leste), é o único da cidade construído em terreno particular. Porém, sem receber há 20 meses o aluguel pela área, o dono entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse.

Sem esse piscinão, o CEU (Centro Educacional Unificado) Jambeiro, localizado nas imediações, corre o risco de inundar nos períodos de chuva. Com capacidade para 1,8 milhão m3 de água, o Pedreira São Mateus armazena sozinho o mesmo que todos os outros oito piscinões da zona leste juntos. Foi instalado em outubro de 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

A prefeitura tinha urgência. O CEU Jambeiro, inaugurado em agosto daquele ano com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi erguido em área alagável.

A obra de um piscinão demora pelo menos dois anos e a pedreira era uma solução natural para evitar o trasbordamento do córrego Itaquera. Assim, a prefeitura fez um acordo com o proprietário da pedreira São Mateus, Afonso Dias, e alugou a área por R$ 150 mil ao mês.

O secretário do Verde e Meio Ambiente da época, o deputado estadual Adriano Diogo (PT), confirmou a preocupação com o possível alagamento do CEU Jambeiro. Segundo ele, o aluguel foi feito em caráter emergencial e a intenção era preparar a desapropriação da área.

Moradores disseram que a área costumava alagar antes da inauguração do CEU. "Entrava água até um metro de altura dentro de casa. Quando inaugurou o CEU e a Nova Radial, melhorou bastante. Agora estamos no céu", disse Ednalva Desidério, 61, que mora há 46 anos na região.

Em janeiro de 2005, após a posse de José Serra (PSDB), a administração suspeitou de irregularidades no processo, decretou a nulidade do contrato e parou de pagar o aluguel.

Dias disse que aceita manter o aluguel ou fazer a desapropriação amigável, desde que receba o valor adequado -ele reivindica R$ 40 milhões; a prefeitura aceita pagar até R$ 15 milhões. Segundo Dias, a área tem decreto emitido pelo governo federal para a exploração mineral, o que impede a desapropriação judicial por parte da prefeitura.





Fonte: Folha Online

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