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Internacional
Sábado - 02 de Dezembro de 2006 às 18:31

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Os venezuelanos vão às urnas neste domingo para definir a sociedade em que viverão, já que, enquanto Hugo Chávez lhes pede para referendar a instauração do socialismo com sua reeleição, o opositor Manuel Rosales lhes propõe uma democracia social com economia de mercado.

As últimas pesquisas publicadas dão uma ampla vantagem a Chávez, entre 20 e 30 pontos, fortemente questionada pela oposição, que aponta para as grandes mobilizações realizadas por Rosales pelo país.

Para garantir a continuidade de seu projeto, Chávez pediu 10 milhões de votos aos venezuelanos, ou pelo menos 62% dos 16 milhões de eleitores. Na última votação, em 2004, por ocasião do referendo revogatório de seu mandato convocado pela oposição, Chávez obteve 59%, permanecendo no poder.

Caso Chávez vença amanhã, os analistas consideram que a margem de sua vitória será importante. "Se ganhar com 30 pontos, terá todo o poder para fazer o que quiser", comentou o analista José Guerra, autor do livro "¿Qué es el socialismo del siglo XXI?", acrescentando, porém, que "se a oposição obtiver 40%, ele não poderá fazer o que quiser".

Diante desta situação, as principais forças de oposição decidiram se juntar e, em agosto passado, designaram o governador socialdemocrata de Zulia (oeste) como candidato, conscientes de que a tarefa prioritária era estabelecer uma oposição unida e forte.

Muito antes, em fevereiro, o atual assessor de estratégia de Rosales, Teodoro Petkoff, já tinha dito à AFP que o importante era "fazer frente, tornar visível que há uma parte do país que não o acompanha, que essa parte não desapareceu, que não está reduzida a pó".

Este objetivo parece ter sido atingido por Rosales, que levou milhares de pessoas às ruas e agora espera o veredicto das urnas. Chávez também se lançou de corpo e alma à campanha e mobilizou todos os recursos ao seu alcance para obter a maior votação possível.

Hugo Chávez deixou claro durante a campanha que, se for reeleito para um mandato de mais seis anos, ou seja, até 2013, vai instaurar o "poder popular" e uma economia impulsionada pelo compromisso social no lugar do lucro com um papel central do Estado. Para isso, pretende fazer uma nova reforma constitucional.

O que mais preocupou seus opositores, entretanto, foi seu desejo de instaurar a "reeleição sem limite", para liderar a fase socialista de sua revolução "até 2021", aniversário da batalha de Carabobo, a última travada em território venezuelano por Simón Bolivar contra a Coroa espanhola.

Rosales, após denunciar o "castro-comunismo" do projeto de Chávez, reiterou na sexta-feira sua proposta de "uma nova democracia social, de liberdade, de justiça social" e deu "garantias de que a Venezuela vai transitar no caminho do progresso, do desenvolvimento e da modernidade".

Ambos elogiaram o clima pacífico ao longo da campanha.

"Foi uma campanha muito positiva para nós e acho que para todo o país", afirmou Chávez, acrescentando que "não houve nenhum fato alarmante, negativo, que poderia ter manchado a qualidade da campanha".

Rosales disse, por sua vez, ter certeza de que as eleições também vão transcorrer pacificamente. "O povo vai votar e não vai acontecer nada", sentenciou.





Fonte: AFP

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