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Igreja poderá precisar de padres casados
O cardeal d. Cláudio Hummes, que viaja amanhã para Roma, onde assumirá o cargo de prefeito da Congregação para o Clero, admitiu ontem que a falta de vocações sacerdotais possa levar o Vaticano a discutir a ordenação de homens casados.
“Embora os celibatários façam parte da história e da cultura católicas, a Igreja pode refletir sobre essa questão, pois o celibato não é dogma, mas uma norma disciplinar”, disse d. Cláudio, lembrando que alguns apóstolos eram casados e que a proibição do casamento só veio séculos depois da instituição do sacerdócio.
Segundo o cardeal, a Igreja não é estacionária, mas uma instituição que muda quando tem de mudar. Como não é uma decisão fácil que não seria tomada de repente, acrescentou o novo prefeito da Congregação para o Clero, “a Igreja pode primeiro discutir se é para rediscutir (novas regras sobre celibato)”.
D. Cláudio disse que não pode prever se haverá pressão maior para ordenação de homens casados, mas apontou a diminuição do número de padres na Europa como um desafio, embora as vocações tenham aumentado em outras partes do mundo.
Como já havia observado domingo, ao celebrar uma missa de despedida na catedral, d. Cláudio afirmou que as denúncias de prática de pedofilia por padres preocupam a Igreja. “Mesmo que se tratasse de um só caso, seria já uma grande preocupação, principalmente por causa das vítimas”, disse o cardeal.
“É injusto e hipócrita generalizar os escândalos de pedofilia, pois mais de 99% dos padres não têm nada a ver com isso”, disse o cardeal, advertindo que “a pedofilia não é problema apenas dos sacerdotes, mas de toda a sociedade, havendo casos de abuso sexual de crianças até nas famílias”.
Os bispos, acrescentou d. Cláudio, devem investir cada vez mais na seleção rigorosa e na formação exigente dos candidatos ao sacerdócio para combater a pedofilia. “Os padres são um grupo estratégico para a Igreja, são eles que fazem a Igreja acontecer e, por isso, merecem o respaldo e a afeição dos católicos”, afirmou.
Falando sobre seu sucessor em São Paulo, o cardeal disse que Bento XVI poderá anunciar amanhã a nomeação de um administrador apostólico para dirigir a arquidiocese até a posse do novo arcebispo. Mesmo que o arcebispo seja nomeado logo, ele só será empossado dentro de um ou dois meses.
Se o papa não designar o administrador apostólico - cargo que d. Cláudio vem exercendo desde o anúncio de sua transferência para Roma, quando deixou de ser arcebispo - o Colégio de Consultores da arquidiocese, de sete membros, elegerá um administrador diocesano.
Antes de se despedir dos funcionários da Cúria Metropolitana ontem, d. Cláudio foi homenageado com um almoço pelo prefeito Gilberto Kassab, no Teatro Municipal. Entre os convidados estavam o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, o governador Cláudio Lembo, o governador eleito José Serra, empresários e líderes religiosos.
“Embora os celibatários façam parte da história e da cultura católicas, a Igreja pode refletir sobre essa questão, pois o celibato não é dogma, mas uma norma disciplinar”, disse d. Cláudio, lembrando que alguns apóstolos eram casados e que a proibição do casamento só veio séculos depois da instituição do sacerdócio.
Segundo o cardeal, a Igreja não é estacionária, mas uma instituição que muda quando tem de mudar. Como não é uma decisão fácil que não seria tomada de repente, acrescentou o novo prefeito da Congregação para o Clero, “a Igreja pode primeiro discutir se é para rediscutir (novas regras sobre celibato)”.
D. Cláudio disse que não pode prever se haverá pressão maior para ordenação de homens casados, mas apontou a diminuição do número de padres na Europa como um desafio, embora as vocações tenham aumentado em outras partes do mundo.
Como já havia observado domingo, ao celebrar uma missa de despedida na catedral, d. Cláudio afirmou que as denúncias de prática de pedofilia por padres preocupam a Igreja. “Mesmo que se tratasse de um só caso, seria já uma grande preocupação, principalmente por causa das vítimas”, disse o cardeal.
“É injusto e hipócrita generalizar os escândalos de pedofilia, pois mais de 99% dos padres não têm nada a ver com isso”, disse o cardeal, advertindo que “a pedofilia não é problema apenas dos sacerdotes, mas de toda a sociedade, havendo casos de abuso sexual de crianças até nas famílias”.
Os bispos, acrescentou d. Cláudio, devem investir cada vez mais na seleção rigorosa e na formação exigente dos candidatos ao sacerdócio para combater a pedofilia. “Os padres são um grupo estratégico para a Igreja, são eles que fazem a Igreja acontecer e, por isso, merecem o respaldo e a afeição dos católicos”, afirmou.
Falando sobre seu sucessor em São Paulo, o cardeal disse que Bento XVI poderá anunciar amanhã a nomeação de um administrador apostólico para dirigir a arquidiocese até a posse do novo arcebispo. Mesmo que o arcebispo seja nomeado logo, ele só será empossado dentro de um ou dois meses.
Se o papa não designar o administrador apostólico - cargo que d. Cláudio vem exercendo desde o anúncio de sua transferência para Roma, quando deixou de ser arcebispo - o Colégio de Consultores da arquidiocese, de sete membros, elegerá um administrador diocesano.
Antes de se despedir dos funcionários da Cúria Metropolitana ontem, d. Cláudio foi homenageado com um almoço pelo prefeito Gilberto Kassab, no Teatro Municipal. Entre os convidados estavam o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, o governador Cláudio Lembo, o governador eleito José Serra, empresários e líderes religiosos.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/256811/visualizar/
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