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Nacional
Sexta - 01 de Dezembro de 2006 às 13:03

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A diretora executiva da Fundação Procon-SP, Marli Aparecida Sampaio, desabafou que a entidade não é, exclusivamente, balcão de reclamações da empresa de telefonia fixa Telefônica. Para ela, o descaso com o consumidor dessa empresa "é total". "Eles (Telefônica) transformaram o Procon em seu balcão de reclamações e não somos", declarou à Agência Estado. Segundo ela, a empresa recebe inúmeras reclamações dos consumidores, mas tomam alguma atitude "somente quando são notificados pelo Procon".

A Telefônica declarou, após a divulgação da autuação na segunda-feira, que solucionou 95,8% dos problemas de seus consumidores. Entretanto, segundo o Procon, o dado se refere apenas às reclamações que foram acionadas na fundação e reitera que a empresa aguarda o consumidor acionar o Procon para então atender o cliente. De acordo com a fundação, o demonstrativo de insatisfação dos clientes da Telefônica deve ser ainda maior, pois muitos consumidores não chegam a procurar o Procon.

Marli Sampaio atribuiu o excesso de reclamações à falta de concorrência no setor e à privatização. "Com a privatização ela aumentou sua base de serviços e diminuiu a qualidade, deixaram a qualidade de lado e primaram pela quantidade, e ofereceram serviços que não tinham condições de prestar. Isso é falta de concorrência", revelou.

De acordo com o Procon-SP, a Telefônica, na soma de dados dos últimos anos, é líder de reclamações. A empresa de telefonia fixa ficou em primeiro lugar no ranking em 1999, 2000, 2001 e 2004. Em 2002 e no ano passado ocuparam a quarta colocação. Dentre os principais motivos estão cobrança de serviços não solicitados pelo consumidor e de chamadas não realizadas; cobrança em duplicidade na conta telefônica e em minutos de acesso à internet; alteração unilateral de contrato e descumprimento de oferta.

Para a diretora executiva, há apenas duas saídas para alcançar melhorias: "ação civil pública e aplicação de multa". Marli Sampaio diz ainda que a operadora tem quinze dias corridos para apresentar sua defesa, mas será difícil a companhia conseguir sair isenta da autuação. "Sempre existe uma defesa institucional por parte da empresa. A oportunidade para isso é dada, mas será muito difícil eles reverterem a aplicação de multa", disse.

Procurada pela reportagem, a Telefônica não quis dar declarações.





Fonte: AE

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