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Importações aceleram e já afetam a produção
Rio - A economia brasileira consolidou no terceiro trimestre uma tendência que vinha se desenhando desde o início do ano. As importações estão crescendo bem mais que as exportações. As importações de bens e serviços cresceram 20% no terceiro trimestre, na comparação com igual período de 2005, enquanto as exportações tiveram expansão de 7,5%.
No acumulado do ano, as importações estão crescendo 16,1% e as exportações, 5,3%. No mesmo ponto de 2005, as posições eram invertidas: as exportações cresciam 12,9% e as importações, 11,4%. Nos doze meses até setembro, as importações cresceram 13,2%, comparado com 6% das exportações.
Em relação ao semestre imediatamente anterior, na série dessazonalizada, o crescimento das exportações e importações no terceiro trimestre foi praticamente igual: 8,6% para as primeiras e 8,5% no segundo caso. Segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tanto exportações quanto importações cresceram entre o segundo e o terceiro trimestre a um ritmo forte (aqueles números não são anualizados), por causa do fim da greve da Receita Federal, que afetou o comércio exterior no segundo trimestre.
Em relação ao PIB, o crescimento das importações acima do das exportações tem efeito de subtração, já que significa que uma parte relativamente maior da demanda interna está sendo atendida pela produção externa. De outro lado, o expressivo crescimento das importações de bens de capital amplia a taxa de investimentos e pode permitir um ritmo mais rápido de expansão futura do PIB.
Outro efeito da mudança no setor externo foi causar uma grande elevação dos impostos de importação, a principal causa para que os tributos sobre produtos em geral acumulem alta de 4,1% no ano - acima de qualquer setor, já que agropecuária cresceu 2,5%, a indústria, 2,7% e os serviços, 2,3%.
No terceiro trimestre, os investimentos voltaram a crescer e no setor externo a preponderância das importações se cristalizou. O comportamento do consumo das famílias, principal componente do PIB, vem mantendo trajetória regular e equilibrada de crescimento há três anos. No terceiro trimestre, cresceu 0,5%, na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior, acumulando 3,7% no ano. Em relação a 2005, a alta foi de 3,4%. O consumo do governo também mantém trajetória regular de crescimento, mas a um ritmo menor.
Fonte:
Agência de Notícias
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