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Nacional
Sexta - 01 de Dezembro de 2006 às 08:03

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Genebra, Suíça - Corrupção e burocracia no governo estão impedindo que o Grupo Swatch, maior fabricante de relógios do mundo, volte a investir no País. Em ataque frontal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Swatch, Nicolas Hayek, deixou clara a insatisfação com o governo brasileiro. “Não dá para fazer negócios no Brasil. Tudo que precisamos fazer no País só ocorre com corrupção. Não vamos aceitar pagar corrupção para entrar no Brasil. Se for assim, não vamos”, afirmou Hayek, acusando Lula de não manter a promessa de lutar contra a corrupção e a burocracia.

“Lula prometeu, prometeu e nunca cumpriu nada”, afirmou o executivo, na abertura de sua loja da Omega em Genebra. Nem a presença da atriz Nicole Kidman e todos os seus sorrisos para a estrela, no luxuoso evento para mais de 200 jornalistas, acalmou os ataques de Hayek contra a situação no Brasil ao ser perguntado pela imprensa brasileira.

A Swatch chegou a instalar uma fábrica em Manaus, de uma de suas marcas, a Tissot. Mas foi embora em 2002 por causa de dificuldades de operação e burocracia. O grupo suíço abriu vários processos judiciais para não pagar taxas que considerava ilegais.

“O presidente francês, Jacques Chirac, nos recebe, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, nos recebe, só Lula não nos recebe. Ele não fala com a indústria. A Swatch está presente em todo o mundo. Só não na Lua e no Brasil’, atacou o presidente do maior grupo relojoeiro do mundo.

Com lucros de mais US$ 3,5 bilhões em vendas de suas 17 marcas em todo o mundo, a Swatch atua hoje no mercado brasileiro apenas como distribuidora. Mesmo assim, enfrentou um ano difícil em 2006. Mudanças na legislação acabaram exigindo que a distribuidora cobrasse 20% de IPI sobre seus produtos, o que acabou encarecendo o valor do relógios ao consumidor.

Resposta

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou “estranha” a declaração de Hayek. “Se ele tem alguma prova, algum indício de corrupção, deveria ter avisado as autoridades.” O ministro disse que há corrupção em vários países, inclusive nos desenvolvidos, e “no Brasil, quando é detectada, é combatida”.

Mantega lembrou que várias empresas estrangeiras “estão investindo cada vez mais no Brasil” e não falam em corrupção. “Acho um comportamento complicado esse, de fazer uma acusação leviana, sem fundamento. Ele que aponte provas.” (Colaborou Fabio Graner, de Brasília)





Fonte: Agência de Notícias

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