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Internacional
Quinta - 30 de Novembro de 2006 às 09:56

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O Japão possui o conhecimento tecnológico para produzir uma arma nuclear, mas não tem planos imediatos para fazê-la, afirmou o ministro do Exterior, Taro Aso, a um comitê parlamentar hoje. Ele levantou a discussão sobre a política não-nuclear do Japão e defendeu que a constituição pacifista não proíbe a posse de uma bomba atômica para a defesa. "O Japão é capaz de produzir armas nucleares", disse. "Mas não estou dizendo que planejamos possuir armas nucleares."

Sua afirmação ocorre um mês após o chefe da Agência de Defesa Fumio Kyuma fazer comentários semelhantes. Kyuma disse em 25 de outubro que "talvez nós tenhamos o potencial para fazer armas nucleares". Mas ele se opôs ao "debate sem cuidado" se o Japão deve se tornar uma potência nuclear. O Japão, único país atacado por armas atômicas, há décadas segue uma política de não possuir, desenvolver ou permitir a introdução de bombas nucleares em seu território.

A primeira instância não-nuclear, no entanto, tem vindo sob um escrutínio crescente desde que a Coréia do Norte conduziu seu primeiro teste nuclear em nove de outubro, que levantou sérias preocupações sobre segurança no Japão. O aumento do medo pode desencadear uma corrida armamentista regional. Meses antes do teste nuclear, a Coréia do Norte testou diversos mísseis balísticos capazes de atingir o Japão.

Kiyomi Tsujimoto, do partido Social-Democrata, de oposição, criticou Aso por apoiar o debate sobre a posse de armas nucleares em um momento delicado. "A comunidade internacional tem grandes preocupações sobre a possessão de plutônio por parte do Japão", disse Kiyomi. "Como um ministro do Exterior, senhor Aso, você tem consciência do impacto global em dizer que não é ruim discutir a possessão nuclear sob essas circunstâncias?"

O grande estoque de plutônio do Japão, derivado dos reatores nucleares, é uma grande preocupação internacional, pois poderia ser um alvo de ataques terroristas ou poderia ser transformado em armas nucleares. Aso negou estimular tal debate. O premier Shinzo Abe defendeu diversas vezes desde o teste da Coréia do Norte que o Japão não iria se desviar de sua política não-nuclear e se recusou a iniciar uma revisão formal de tal instância.





Fonte: AE/AP

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