Citricultores irão à Justiça para rescindir contratos

Produtores ligados à Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) irão à Justiça pela rescisão de contratos de fornecimento de laranja à indústria. Os produtores devem embasar as ações coletivas pela decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), tomada na semana passada, de impedir o acordo que encerraria a investigação de prática de cartel pelas processadoras.

"Isso mostrou que os contratos foram feitos em um ambiente no qual há indícios de prática de cartel, por isso são passíveis e rescisão", afirmou Flávio Viegas, presidente da Associtrus. Amanhã, a entidade realiza assembléia na cidade de Bebedouro para decidir os rumos dessas ações.

Segundo Viegas, os contratos que deverão ter as rescisões pedidas são os feitos há até cinco anos, que estão defasados, com pagamento de US$ 3 a US$ 3,50 a caixa (40,8 kg) e não passaram por renovação. "Não havia concorrência pela compra da fruta", lembrou o presidente da Associtrus.

Viegas afirma que alguns citricultores que já entraram na Justiça e um deles conseguiu um acordo pontual com a indústria, com pagamento de até US$ 5,50 a caixa para a safra atual, mas sem previsão de uma nova negociação para a próxima safra. "Isso foi um caso extremo, a maioria está fechando contratos a até US$ 4,30 a caixa, o que é muito pouco", concluiu.