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Internacional
Quarta - 29 de Novembro de 2006 às 17:37

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Vários países africanos mostraram interesse no biodiesel brasileiro durante as reuniões bilaterais que o presidente Luiz Inacio Lula da Silva manteve com seus pares às vésperas da reunião de cúpula África-América do Sul, na Nigéria, assegurou o chanceler Celso Amorim.

"Um tema comum a todas as conversações foi o biodiesel", disse o ministro, acrescentando que "há muito interesse por parte dos países africanos tanto os produtores de petróleo quanto os não produtores".

Lula chegou ao pais na manhã desta quarta-feira para participar nesta quinta-feira da primeira reunião de cúpula África-América do Sul. À tarde se encontrou com os colegas de Argélia, Ghana, Togo e Moçambique.

Lula foi para o Hotel Hilton acompanhado pelo chanceler Celso Amorim e pelo presidente paraguaio, Nicanor Duarte.

O presidente brasileiro mancava visivelmente ao desembarcar, já que nos últimos dias torceu o pé, explicou o porta-voz André Singer.

Antes da reunião de cúpula desta quinta-feira, os representantes de 65 países dos dois lados do Atlântico sul participaram de um jantar oferecido pelo presidente nigeriano, Olosegun Obasanjo, que promove o evento junto com Lula.

O objetivo do encontro é estabelecer pontes de cooperação em todos os níveis entre ambos os continentes, que somam 1,3 bilhão de habitantes e um produto interno bruto (PIB) total de 245 bilhões de dólares.

"A África quer ouvir o que a América do Sul tem a oferecer", disse uma fonte que faz parte de uma delegação norte-africana, informando que a região está interessada em "abrir mercados e baixar tarifas comerciais" para estimular o comércio.

Ministros e delegados concluíam nesta quarta-feira a Declaração de Abuja, na qual ambos os continentes apoiarão principalmente a reforma do Conselho de Segurança da ONU para integrar vários países em desenvolvimento, a retomada das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a criação de um Banco Afro-sul-americano.

Fontes sul-americanas consideram que o Brasil promoveu esta cúpula para obter o apoio dos africanos para seus anseios de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que foi negado por fontes da chancelaria, considerando que a visão brasileira "é muito mais ampla" e abarca metas nos terrenos de cooperação e comércio com a África.

As transações comerciais entre Brasil e África passaram de 5 bilhões de dólares em 2002 para 12 bilhões en 2005.

Nesta quarta-feira estavam também em discussão os pontos ligados a meio ambiente, imigração e povos indígenas, indicaram várias fontes sul-americanas.

Além disso, a Argentina espera que os países africanos apóiem uma declaração a respeito da reivindicação da soberania das ilhas Malvinas, embora pareça "pouco provável" devido ao fato de que vários Estados africanos pertençam à Commonwealth, a Comunidade Britânica de Nações, informou uma fonte diplomática sul-americana.





Fonte: AFP

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