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Nacional
Quarta - 29 de Novembro de 2006 às 09:40

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Genebra - A maior empresa de gás natural do mundo, a russa Gazprom, anuncia que pretende assinar um acordo com Brasil e Venezuela no primeiro trimestre de 2007 para fazer parte das obras do gasoduto que ligará Venezuela, Brasil e Argentina. "A América do Sul será estratégica para nós nos próximos anos e queremos participar dos projetos na região. Esperamos que o primeiro deles seja o gasoduto", afirmou o diretor internacional de Gazprom, Stanislav Tsygankov. A empresa representa o maior ativo da política externa do presidente Vladimir Putin no momento.

O executivo contou que fará uma visita ao Brasil no início de 2007. "Já estamos negociando nossa participação no gasoduto. Queremos fechar o acordo para não perder essa oportunidade", afirmou o russo.

Segundo ele, um fator que pesou na escolha do projeto foi a participação da Petrobras e da Petróleo de Venezuela no empreendimento. "Consideramos a Petrobras uma empresa-chave e um acordo com ela será importante para que possamos ter uma presença de peso na América Latina", afirmou.

O gasoduto deve custar até US$ 23 bilhões e estar concluído em 2012. "Estamos em fase final de uma discussão sobre como poderemos participar. Nosso investimento dependerá do que ficará decidido nessas negociações", explicou Tsygankov.

As relações entre os governos europeus e o Kremlin têm estado tensas. Bruxelas, por exemplo, quer garantias de que Putin não usaria o abastecimento da Europa para obter favores políticos. Há, também, quem tema que o Kremlin use a dependência européia do gás russo para impedir que a União Européia critique Putin no que se refere aos direitos humanos ou à guerra que trava na Chechênia.

A empresa

Com vendas de mais de US$ 30 bilhões em gás por ano, a Gazprom detêm 16% de toda a reserva de gás mundial e é uma das maiores em construção de gasodutos de longa distância. O gás natural da Sibéria chega até os consumidores europeus e, em breve, alcançará os asiáticos por meio de milhares de quilômetros de gasodutos. A empresa tem uma rede de distribuição de 150 mil quilômetros e controla bancos, seguros, companhias de construção, jornais e até parte da agricultura russa.

Sobre o projeto na América do Sul, o executivo da Gazprom não acredita que os recentes problemas na Bolívia com a Petrobrás impedirão a obra. "Se os bolivianos querem tanto fazer parte do gasoduto, devem entrar em um diálogo", sugeriu. O gasoduto teria a capacidade de transportar entre 150 milhões e 200 milhões de metros cúbicos do produto por dia.

Outra região que chama a atenção da Gazprom é a Ásia. A empresa está explorando novas regiões, como o Ártico e o Leste da Sibéria, para tentar fornecer gás à economia chinesa a partir de 2010.





Fonte: Agência de Notícias

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