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Terça - 28 de Novembro de 2006 às 08:57

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São Paulo - O presidente da TAM e do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Marco Antonio Bologna, afirmou que a crise que provocou caos nos aeroportos brasileiros ocorreu por causa da falta de uma reserva técnica de controladores no Cindacta-1 (Brasília), que controla parte do espaço aéreo brasileiro. O problema se agravou com a licença de cerca de 20 controladores após o acidente com o Boeing da Gol.

Segundo declarou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a crise não teria ocorrido, entretanto, se o governo tivesse executado as resoluções do Plano Nacional de Aviação Civil, entre elas a Resolução nº 5, que impediria o contingenciamento de recursos. "Mas houve contingenciamento de recursos, como em outros setores também aconteceu", salientou o presidente da TAM.

Bologna afirmou que as empresas aéreas não têm nenhuma responsabilidade pela crise. Pelo contrário, ele calcula um prejuízo diário de R$ 4 milhões das empresas com o ocorrido. O entrevistado do Roda Viva disse que, com arrecadação prevista para este ano de R$ 950 milhões, o setor aéreo seria auto-suficiente e não dependeria de recursos do governo. Para ele, a falha ocorreu na fase de execução do plano pelo governo, provavelmente complicado pela crise da Varig. "Isso tirou a atenção na não-execução dessas resoluções por parte do poder concedente, o que passava por mudança de legislação e até por resolver encontro de contas do passado", lembrou Bologna. Ele citou como exemplo de plano não executado a Resolução 15, que determinava ao DAC (hoje Anac/Decea) que capacitasse mais controladores de vôo para atender ao crescimento de demanda.

Por outro lado, lembrou o presidente da TAM, não faltaram investimentos aeroportuários por parte da Infraero, que executou um importante plano de modernização dos aeroportos. "A parte de terra foi endereçada (realizada), bem como a parte de conforto voltada ao passageiro", ponderou Marco Antonio Bologna. "O que não aconteceu foi a execução daquilo que não é visível: os investimentos no controle da aerovia, o que acabou dando esse problema no controle do espaço aéreo", alfinetou. A conseqüência é que o setor aéreo no Brasil, que há três anos vinha apresentando taxas de crescimento chinesas, já começa a apresentar sinais de declínio na taxa de ocupação. "Eu acho que o maior dano que pode acontecer é o dano de imagem."

Mesmo com os investimentos, ainda ocorrem gargalos nos aeroportos, como se pôde ver no último mês de julho. "A indisponibilidade das áreas aeroportuárias que estão até hoje em discussão no Judiciário é que acabou provocando um gargalo físico nos aeroportos", explicou o presidente da TAM. "Acreditamos que a sensibilidade do Judiciário vai acontecer antes da alta (temporada, em período de férias) em poder tirar o gargalo das áreas de aeroporto pelo menos", torce o dirigente da maior empresa aérea brasileira. Otimista, Marco Antonio Bologna garantiu que o caos verificado no feriado de Finados não se repetirá no Natal e Ano Novo. "O controlador está colocando como garantia no Cindacta de Brasília o reforço de 32 controladores e algumas alternativas integradas de revisão da malha aérea nacional, que minimize o impacto nos aeroportos", concluiu.





Fonte: Agência de Notícias

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