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Brasília aplaude filme sobre memória de Frei Betto da ditadura
Batismo de Sangue, aguardado retrato sobre a ditadura pelas memórias do religioso e escritor mineiro Frei Betto, foi muito aplaudido no sábado no Festival de Brasília. O filme, do também mineiro Helvécio Ratton, deixou no ar a expectativa de uma premiação para seus atores, entre eles Daniel Oliveira e Caio Blat, respectivamente nos papéis de Frei Betto e Frei Tito de Alencar.
Mas todo o panorama pode mudar na competição do festival justamente na noite de domingo, quando será exibido outro concorrente muito esperado, O Baixio das Bestas, do pernambucano Cláudio Assis, que estreou em Brasília em 2002 com Amarelo Manga.
Exibindo cenas de tortura com uma franqueza que o cinema nacional não registrava há muito tempo, em filmes como Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia (1977), de Hector Babenco, e Pra Frente Brasil (1982), de Roberto Farias, Batismo de Sangue aborda um período que começa em 1968. Na época, um grupo de jovens frades dominicanos adere à luta armada, fazendo contatos e dando apoio à fuga de seus integrantes, em plena ditadura militar, governo do general Emílio Garrastazu Médici.
Entre eles, Frei Betto (como é conhecido o frade, jornalista e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e Frei Tito de Alencar. Frei Tito acabou suicidando-se na França, em 1973, depois de sofrer um longo processo de depressão, causado pelas torturas sofridas nas mãos do delegado Sérgio Paranhos Fleury.
Ao apresentar seu filme, o diretor Helvécio Ratton elogiou Brasília como "um festival onde o que importa são os filmes". Ele relembrou que sua carreira começou a decolar aqui mesmo, 20 anos atrás, quando foi premiado neste festival pelo filme "A Dança dos Bonecos".
Sobre Batismo de Sangue, Ratton contou que o projeto desta filmagem começou em 2002, quando Frei Betto lhe enviou o livro "Batismo de Sangue" com uma dedicatória: "Coragem! A realidade extrapola a ficção."
Agora, com o filme terminado, o cineasta acha que pode dizer que "se apropriou dessa realidade". Também o ajudou o fato de ter, ele mesmo, militado na luta armada nos anos 70. Ratton chegou a viver exilado no Chile por alguns anos. Ao voltar ao Brasil em 1973, foi preso e passou alguns meses em celas escuras, isolado e, às vezes, completamente nu e encapuzado, como ele relata no livro Helvécio Ratton ¿ O Cinema Além das Montanhas, de Pablo Villaça, da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
Mas todo o panorama pode mudar na competição do festival justamente na noite de domingo, quando será exibido outro concorrente muito esperado, O Baixio das Bestas, do pernambucano Cláudio Assis, que estreou em Brasília em 2002 com Amarelo Manga.
Exibindo cenas de tortura com uma franqueza que o cinema nacional não registrava há muito tempo, em filmes como Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia (1977), de Hector Babenco, e Pra Frente Brasil (1982), de Roberto Farias, Batismo de Sangue aborda um período que começa em 1968. Na época, um grupo de jovens frades dominicanos adere à luta armada, fazendo contatos e dando apoio à fuga de seus integrantes, em plena ditadura militar, governo do general Emílio Garrastazu Médici.
Entre eles, Frei Betto (como é conhecido o frade, jornalista e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e Frei Tito de Alencar. Frei Tito acabou suicidando-se na França, em 1973, depois de sofrer um longo processo de depressão, causado pelas torturas sofridas nas mãos do delegado Sérgio Paranhos Fleury.
Ao apresentar seu filme, o diretor Helvécio Ratton elogiou Brasília como "um festival onde o que importa são os filmes". Ele relembrou que sua carreira começou a decolar aqui mesmo, 20 anos atrás, quando foi premiado neste festival pelo filme "A Dança dos Bonecos".
Sobre Batismo de Sangue, Ratton contou que o projeto desta filmagem começou em 2002, quando Frei Betto lhe enviou o livro "Batismo de Sangue" com uma dedicatória: "Coragem! A realidade extrapola a ficção."
Agora, com o filme terminado, o cineasta acha que pode dizer que "se apropriou dessa realidade". Também o ajudou o fato de ter, ele mesmo, militado na luta armada nos anos 70. Ratton chegou a viver exilado no Chile por alguns anos. Ao voltar ao Brasil em 1973, foi preso e passou alguns meses em celas escuras, isolado e, às vezes, completamente nu e encapuzado, como ele relata no livro Helvécio Ratton ¿ O Cinema Além das Montanhas, de Pablo Villaça, da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/258252/visualizar/
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