Número de equipamentos de mamografia no país é insuficiente

A cada 36 minutos uma mulher morre de câncer de mama no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. A situação é agravada pela falta de aparelhos de mamografia e pela má distribuição dos que existem. Apenas 10% dos municípios têm mamógrafos.

A mamografia é o único exame capaz de detectar o tumor na fase inicial. Estudos revelam que mulheres com mais de 50 anos que fazem a mamografia uma vez por ano diminuem em até 30% as chances de morreram de câncer de mama. Mas no Brasil o acesso ao exame é difícil. Em Fortaleza, por exemplo, há cerca de 200 mil mulheres que deveriam fazer a mamografia regularmente, mas só existem três aparelhos funcionando em perfeitas condições. Quem precisa do exame, muitas vezes desiste antes de ser atendido.

"Como é que nós vamos incentivar as mulheres a fazer mamografia, se elas vão chegar e dizer: ‘doutor, eu vou fazer onde?’”, explicou o médico Ércio Gomes, mastologista.

O problema não é só a quantidade de mamógrafos, mas também a distribuição dos equipamentos. A maioria parte se concentra nas capitais. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, só 10% dos municípios do país têm esses aparelhos. Enquanto isso, mamógrafos ficam parados em alguns municípios.

Enviado pelo Ministério da Saúde, um deles teria passado por duas cidades do interior do Ceará, sem nunca ter funcionado. No município de Cascavel, no litoral cearense, ficou mais de três anos dentro da caixa. Só agora foi montado. Segundo o prefeito, um dos motivos foi a falta de instalação elétrica.

Apesar das dificuldades, os médicos alertam: as mulheres devem exigir o direito de fazer mamografia todos os anos.