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Economia
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 23:44

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Lucas do Rio Verde, MT - Apesar das dificuldades e da crise enfrentada pela agricultura, o cenário é positivo para Mato Grosso avaliou o economista Vilvaldo Lopes, durante palestra no workshop Comércio Exterior – Políticas de Desenvolvimento Econômico realizado nesta sexta-feira (24.11), em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá). Depois de discorrer sobre a economia internacional, onde a china desponta como grande potência, Vivaldo afirmou que a agricultura mato-grossense, principalmente na produção da soja, poderá sofrer um impulso tanto com a produção do biodiesel – que em 95% da composição dos óleos vegetais utiliza principalmente a soja – e com a venda da commoditie no mercado internacional.

“Os Estados Unidos precisarão utilizar áreas plantadas com soja para expandir o cultivo de milho, que é utilizado na produção do combustível etanol”, justificou o economista, que é consultor da Fundação Getúlio Vargas e falou sobre o tema “Tendências Econômicas de Mato Grosso”. Para ele, será comum, também, observar carretas descarregando o grão nas refinarias da Petrobras, que criou a tecnologia do HBio, que mistura o óleo da soja ao diesel.

As perspectivas também são boas para a produção do álcool (várias usinas estão em processo de instalação no Estado, além das que já estão em operação), cultivo do milho e produção de carnes, segmento em que Mato Grosso desponta com o maior rebanho bovino nacional. Até o ano de 2015, as projeções são de que haverá no mundo um crescimento no consumo de carne de aves.

No mercado de carnes, o Brasil, segundo Vivaldo Lopes, tem ainda um enorme potencial a explorar, já que hoje, por uma série de restrições, o país não exporta para a Coréia do Sul, Japão e Estados Unidos, que respondem por 55% do consumo mundial. A estabilização da economia com o controle da inflação, e os programas que contemplam as classes mais necessitadas, aumentaram também o consumo interno, notadamente nas classes C, D e E. Além disso, a expansão do microcrédito melhora as condições para o crescimento também em Mato Grosso.

O cenário positivo se desenha, segundo Vivaldo, também com a instalação de novas plantas industriais no Estado, os investimentos no setor de agroenergia e a diversificação da base produtiva. “As empresas, quando se instalam aqui, é porque observam sinais positivos”, observou. Durante sua palestra, o economista mostrou números da economia mato-grossense. As exportações, por exemplo, cresceram de R$ 253 milhões para R$ 4,15 bilhões entre 1990 e 2005. “Em 2004, a economia de Mato Grosso cresceu 10,2%. Na média, nos últimos dez anos enquanto a economia brasileira cresceu 2,31% ao ano a mato-grossense cresceu 7,64%”, informou.

Sobre os desafios a serem enfrentados, Vivaldo Lopes citou a crise da liquidez do agronegócio, as restrições ambientais e a logística do transporte que é deficiente. O câmbio, segundo ele, deverá continuar sobrevalorizado. “Devemos nos preparar para enfrentar essa situação em 2007. A situação só mudaria se o fluxo de dólares fosse reduzido”, comentou, salientando, que ironicamente, a própria eficiência da agricultura brasileira contribui para isso com o crescimento das exportações e a conseqüente entrada de dólares.





Fonte: Da Redação

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