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Economia
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 14:11

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A quinta edição da Amazontech será um evento plural que reunirá expositores de tecnologias, feira de negócios e uma ampla programação técnica de cursos, oficinas e palestras, em Belém (PA), de 29 de novembro a 3 de dezembro. A feira acontece a cada dois anos e é uma realização do Sebrae e da Embrapa com patrocínio do Banco da Amazônia, Banco do Brasil e Governo do Pará. Especialistas de diversas áreas do conhecimento, produtores, empresários, estudantes e formadores de opinião terão elementos suficientes para refletir sobre o potencial e os desafios da Amazônia. Cerca de 20 mil pessoas devem participar da feira.

Este ano, sete eixos temáticos nortearam os expositores, a programação técnica e a Vitrine Tecnológica: manejo sustentável da floresta, da biodiversidade e dos recursos pesqueiros; bioindústria e energia da biomassa; uso adequado dos minerais, do solo, da água e das fontes energéticas; agricultura familiar; comércio justo; seqüestro e mercado de carbono.

A Embrapa Acre (Rio Branco/AC) vai expor as pesquisas com teca (Tectona grandis) e os produtos derivados da castanha-do-brasil. A teca é uma espécie florestal nativa da Ásia que produz madeira de excelente qualidade com alto valor de mercado. Ela tem chamado a atenção de projetos de reflorestamento por sua rusticidade, facilidade de adaptação e ciclo curto em relação à região de origem. Enquanto na Ásia ela leva 80 anos para ser colhida, no Brasil os plantios chegam à maturidade aos 25 anos.

A árvore adulta tem peso parecido com o cedro e a resistência da maçaranduba. Isso significa madeira leve e forte. Quando jovem, ela serve como mourões, estacas e postes, gerando renda até a colheita final. Também é muito empregada na construção de navios por sua resistência ao sol, água, calor e frio. Outro destino é a fabricação de móveis finos devido à boa maleabilidade. Na Amazônia, a teca está presente em Rondônia, Amazonas e Acre, sendo que neste já existem 500 hectares de plantios solteiros e consorciados. O metro cúbico da madeira em tora de excelente qualidade chega a valer R$ 1.800.

Castanha - Em parceria com a Universidade Federal do Acre, Governo do Estado e o Grupo Miragina, a Embrapa tem pesquisado produtos derivados da castanha-do-brasil que preservam as características sensoriais e nutritivas. Entre elas, está a farinha desengordurada de castanha que pode ser usada na composição de pães, bolos, massas e mingaus. O uso desse produto, acrescido de farinha de banana, tem revertido os casos de desnutrição infantil em crianças acompanhadas na periferia de Rio Branco.

É que a farinha de castanha tem proteína bruta (14,97%), gorduras (38,6%), umidade (4,78%), cinzas (4,30%), carboidratos (3,93%), fibras brutas (5,50%), magnésio (0,22%) e potássio (0,29%). Na forma de farinha mista com banana, torna-se um produto simples para preparação de mingaus, facilmente consumido por crianças, especialmente, aquelas menores de cinco anos. Esse trabalho contou também com a participação da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e a Universidade Federal de Pelotas.

Para obter a farinha integral de castanha de forma artesanal basta descascar as amêndoas e levá-las ao forno por 30 minutos ou até ganharem aspecto crocante. Depois, as amêndoas são trituradas em moedor de carne ou triturador comum. Ela pode ser acondicionada em temperatura ambiente por três dias ou até 30 dias sob refrigeração.

No estante da Embrapa Acre, o visitante poderá degustar o bolo de farinha de castanha e provar a castanha salgada picante, outro produto desenvolvido pelos pesquisadores e que está chegando aos supermercados da região.

Mosaico da vitrine - A Vitrine Tecnológica da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) será inaugurada durante a Amazontech 2006. Em dez mil metros quadrados, 140 tecnologias desenvolvidas por diferentes Unidades mostram de forma lúdica e didática a pluralidade da pesquisa agropecuária brasileira.

O projeto é do engenheiro agrônomo Edson Alves, da Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF), que montou um mosaico a partir do plantio de faixas de arroz, milho, feijão, sorgo e flores. De um mirante a seis metros de altura, o visitante vê os traços que formam imagens como o mercado do Ver-O-Peso, a Praça do Relógio, o artesanato marajoara e cenas típicas da Amazônia.

A Vitrine também expõe cultivares de amendoim, jambu, soja, mandioca, algodão colorido, variedades de girassol, mamona e sorgo e fruteiras regionais como cupuaçu, bacuri e taperebá. A poucos metros, há uma trilha ecológica numa área de mata nativa de quase 6 hectares onde cerca de 50 espécies arbóreas foram identificadas.

Por fim, a área animal destaca a criação de búfalos, com ênfase no sistema de pastejo rotacionado intensivo para produção de leite e carne, o manejo de pirarucu e catitu (espécie de porco do mato) em cativeiro e a produção de mel com abelhas sem ferrão. É um passeio que promete agradar crianças e adultos.





Fonte: 24HorasNews

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