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Nacional
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 09:29

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Em novo depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Luís Eduardo Cirino, o assassino confesso do casal Sebastião Estevão Tavares, 71 anos, e Hilda Gonçalves, 67 anos, se mostrou confuso e contraditório.

Ontem, em um primeiro momento, ele disse ao delegado José Vinciprova que não agiu sozinho, mas com a ajuda de um comparsa. Ele contou que seu suposto parceiro teria matado o casal da Rua Cayowaá, em Perdizes. Enquanto isso, ele tentava render Rogério (o filho do casal), no banheiro.

Mas Cirino recuou quando perguntado de que maneira teria ferido Rogério na nuca. "Se o parceiro estava na sala com a faca, como ele perfurou Rogério? Com o dedo?", instigou Vinciprova (até onde se sabe, só havia uma faca na cena do crime). Imediatamente, o bandido voltou atrás: "Eu vou segurar. Fui eu. Eu fiz sozinho".

A polícia não considera o caso fechado e ainda está recolhendo provas. Novas testemunhas serão ouvidas - inclusive Rogério e sua avó, Isaura da Purificação, 93 anos. Os dois também estavam na cena do crime. "Estamos reunindo todas as provas. Por enquanto, temos a confissão de Cirino, a reconstituição do crime e o depoimento de testemunhas, que confirmam sua versão. Mas a história ainda está em aberto", disse Vinciprova.

Cirino foi convocado para um segundo depoimento depois que sua mãe, Teresa, afirmou que seu filho não agiu sozinho. Ontem, ela confirmou à polícia tudo o que já havia dito ao Jornal da Tarde.

Ela repetiu a história do telefonema recebido pelo filho dias antes do crime. Nessa ligação, Cirino supostamente comentava sobre as dificuldades de invadir uma residência. "Ele discutia e dizia que ainda não tinha ido lá, que não sabia como fazer e que era difícil", lembrou Teresa.

Mas um novo detalhe foi revelado no depoimento dela. A mãe do assassino afirmou que, meses antes, um bandido conhecido por atuar no bairro de Perdizes teria convidado seu filho para participar de um assalto. Ele só não aceitou a proposta porque a própria Teresa se meteu na conversa.

As afirmações dela fizeram com que o DHPP convocasse Cirino para um novo depoimento. Foi a primeira vez, desde domingo, que mãe e filho se reencontraram. Segundo o advogado de Cirino, Yvan Gomes Miguel, foi um momento de emoção. "Ele se desculpou por ter envolvido a mãe nessa história."

Apesar da confissão de seu cliente, Miguel acredita que Cirino não estava sozinho no local do crime. Ele vai mais longe e duvida até de que ele tenha desferido as facadas que mataram o casal de idosos. "Tem muita coisa para ser esclarecida. Esse crime ainda tem muitos furos, muitas lacunas", disse. O advogado insiste que o assassino confesso não poderia render todos os familiares sozinhos e que também deve ter tido informações sobre a posição dos alarmes e o horário de saída de Hilda.

Depois do depoimento, Cirino voltou para carceragem do 77º DP, em Santa Cecília. "Ele pareceu muito confuso. Ainda pode esconder alguma coisa", disse o advogado.





Fonte: AE

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