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Internacional
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 08:33

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Álvaro Noboa, o magnata das bananas e líder nas pesquisas para o segundo turno da eleição presidencial de domingo no Equador, segue ao pé da letra a máxima de que nada é ridículo em campanhas políticas. No comício do encerramento de sua campanha em Quito, na quarta-feira à noite, ele beijou crianças, distribuiu cadeiras de rodas, prometeu construir milhares de casas populares com prestações de US$ 50 por mês e ajoelhou-se no palanque com o microfone entre as mãos para implorar ao povo equatoriano que vote nele.

Antes de ir ao comício, ele aproveitou um encontro casual num hotel e forçou a aproximação com o popular prefeito de Quito, Paco Moncayo, que mantém posição de neutralidade no segundo turno. As câmeras flagraram o abraço entre os dois, mas, segundo repórteres locais, Moncayo ficou constrangido.

Uma forte chuva castigava os cerca de 20 mil partidários de Noboa - muitos atraídos pelos grupos musicais que abriram o comício - num distrito do sul de Quito. Não faltaram, é claro, ataques ao adversário, o nacionalista de esquerda Rafael Correa, que, na mesma hora, fazia comício em Guayaquil, a segunda cidade do país.

'Correa tem o mesmo sorriso hipócrita de (Jamil) Mahuad (deposto em 2000, num golpe militar, em meio a acusações de corrupção) e, como ele, provocaria uma nova quebradeira de bancos, acabando com a dolarização e pondo fim a toda a poupança dos equatorianos', acusou. Ao final, o homem mais rico do Equador, proprietário de mais de 120 empresas no país e no exterior ligadas ao comércio de banana, ajoelhou-se e suplicou: 'Por favor, peço que vote em Álvaro Noboa, para que você tenha saúde, bem-estar, segurança e possa viver com sua família numa casa de alvenaria, com Deus no coração.'

Setores não-petrolíferos

Em Guayaquil, Correa disse que conhecia resultados de pesquisas que prognosticam sua vitória no domingo. Apoiado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez - apesar de ter se afastado da imagem de chavista na campanha para o segundo turno -, ele afirmou que, se vencer, seu governo investirá em setores não-petrolíferos, para reduzir a dependência do país da economia do petróleo. 'Não precisamos de esmolas, mas sim de justiça, trabalho e liberdade.'

No último dia da campanha eleitoral, Noboa faria ontem à noite seu comício de encerramento em Guayaquil, enquanto Correa se dirigiria a seus partidários em Quito.

Ontem, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) fez um apelo para que as emissoras de TV não divulguem resultados de boca-de-urna às 17 horas (20 horas de Brasília) - quando a votação se encerra -, caso a diferença entre os dois candidatos seja de menos de 5 pontos porcentuais. A última sondagem, da consultoria Goldman Sachs, mostrava Noboa com 40% e Correa com 37%. A margem de erro do estudo é de 3 pontos porcentuais. O TSE teme que a divulgação de um resultado muito apertado cause expectativas que podem não se confirmar com a revelação dos números oficiais. Uma projeção segura sobre o vencedor não é esperada antes das 22 horas (1 hora da segunda-feira, em Brasília), segundo fontes do tribunal.





Fonte: AE

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