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Nacional
Sexta - 24 de Novembro de 2006 às 07:47

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Nos dados obtidos pela Polícia Federal com a quebra de sigilo telefônico, consta uma ligação de três minutos do celular 'seguro' usado por Hamilton Lacerda, ex-assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, para o ex-presidente estadual da CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo João Vaccari Neto. Lacerda é suspeito de ter levado ao Hotel Ibis, em São Paulo, no dia 13 de setembro, o R$ 1,75 milhão destinado à compra do dossiê Vedoin.

Vaccari, um bancário integrante do Diretório Nacional do PT, preside desde 2005 a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), a maior do Estado. A Bancoop reúne 14.500 cooperados e 8.496 empreendimentos imobiliários. Nos últimos cinco anos, aplicou R$ 36 milhões em imóveis, mas enfrentou problemas financeiros e hoje passa por um ajuste.

Trata-se de uma única chamada identificada em meio a mais de 650 telefonemas trocados entre os envolvidos no caso nos dez dias que antecederam o estouro do escândalo, em 15 de setembro, quando Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos com o dinheiro. Mas chamam a atenção no telefonema a data, o horário e a circunstância em que foi realizado. Conforme os documentos da PF, a ligação foi feita pelo celular em nome de Ana Paula Vieira, que, segundo a Polícia Federal, era utilizado por Lacerda como 'telefone seguro' - ou seja, o telefone que supostamente ele usaria para fazer ligações que desejava camuflar -, às 7h42 do dia 13 de setembro. Uma hora e sete minutos depois, Lacerda entrou no Hotel Ibis carregando uma mala.

Segundo a PF, ele levava a primeira parcela, de R$ 1 milhão, do dinheiro destinado ao pagamento do dossiê contra os tucanos. Consta ainda outro telefonema, do celular utilizado por Vaccari para o celular de Freud Godoy, mas no dia 1º de agosto, com dois minutos e meio de duração. Freud foi inicialmente apontado por Gedimar como a pessoa do PT que mandou pagar pelo dossiê. Depois, ele mudou seu depoimento. Afirmou ter sofrido pressões da PF e inocentou Freud.

Vaccari, que dirige uma entidade fundada pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), também bancário, nega ter falado com Lacerda. O celular está registrado em nome da Bancoop e, segundo ele, só é ligado após as 9 horas, quando se inicia o expediente. Vaccari nega envolvimento com o dossiê. "Não tenho absolutamente nada a ver com isso."





Fonte: AE

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