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Economia
Quinta - 23 de Novembro de 2006 às 18:03

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A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) levam ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos próximos dias, uma proposta detalhada para o crescimento econômico nos próximos anos, cuja base deixa de ser a estabilidade de preços e passa a ser o crescimento. De acordo com o estudo, o governo deve adotar metas de incremento do PIB e do investimento, já a partir do ano que vem.

O foco da proposta é o ajuste fiscal, com superávit fiscal nominal em 2007, e a obtenção de uma taxa de câmbio mais equilibrada, talvez na casa de "R$ 2,50/R$ 2,60", segundo Paulo Francini, diretor da Fiesp.

Segundo Paulo Skaf, presidente da Federação, há esperança, mas não certeza, de que o governo federal venha a atender o pleito. Mas o fato, diz o empresário, é que o presidente Lula tem falado muito em crescimento de 5%. "Se o presidente quer isso, alguma coisa terá de fazer", frisou.

As duas entidades defendem que, se o novo enfoque da política econômica for adotado conforme o estudo apresentado hoje à imprensa, e já discutido com o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que fez observações, a média do crescimento do PIB no período 2007-2016 será de 7%. Mas se o governo optar pela continuidade, esse número cai para a média de 3,2% no mesmo período.

As metas que Fiesp e Iedi consideram que o governo deva adotar são: piso de aumento do PIB em 4% em 2007, subindo 0,5 ponto porcentual a cada ano, até 2013, e mantendo-se em 16,5% em 2013 e 2014, além de um incremento dos atuais 0,5% do PIB para 1,1% na taxa de investimento público federal, já no ano que vem, subindo gradualmente para 3,3% do PIB em 2010.

Para chegar a esses valores, é necessário que o País faça superávit fiscal nominal a partir dos seguintes elementos, no ano que vem: queda da Selic para 9,5%; revisão geral dos gastos correntes, que inclui o corte drástico nos cargos de confiança e reajuste salarial zero nos próximos dois anos para o funcionalismo; nova Previdência Social, a partir de uma série de propostas em discussão (Fipe, Ipea, Instituto Atlântico e INDG); e uma nova gestão de ativos públicos. Essas medidas permitem ao governo economizar o equivalente a 4,60% do PIB.

De acordo com o presidente do Iedi, Josué Christiano Gomes de Almeida, da Coteminas, a indústria fala não de superávit primário, mas de superávit nominal, porque considera que o pagamento dos juros também é despesa do governo. "Ora, o superávit primário também é um déficit. Queremos rever esse conceito de que só o superávit primário interessa", afirmou.

A política cambial também participa do novo enfoque da política econômica. A proposta Fiesp/Iedi sugere que a alta do PIB levaria a aumento das importações, e a redução do diferencial de juros externos e internos implicaria menor pressão de valorização da moeda doméstica. Os dois fatores ajudariam a depreciação do real, como querem os empresários, para algo em torno de R$ 2,50/R$ 2,60.





Fonte: AE

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