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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 23 de Novembro de 2006 às 17:42

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O diretor superintendente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Roberto Ardenghy, disse hoje que a alta de quase 28% verificada no preço do óleo de soja este ano já está reduzindo as vantagens do biodiesel.

Segundo ele, o nível de preços entre o biocombustível e o diesel já está equiparado, mas ainda não permite dizer que o programa do biodiesel pode ser inviabilizado. "A idéia é que a mistura de biodiesel seja como é hoje o de álcool na gasolina, com o governo autorizando um aumento ou diminuição na mistura dependendo das flutuações do mercado e de acordo com avaliações sobre suas vantagens", afirmou.

Ainda segundo Ardenghy, o aumento do preço do óleo de soja, em contrapartida à queda no valor internacional do barril de petróleo também diminui a pressão para que o governo antecipe a obrigatoriedade da mistura de 5%, até agora prevista para entrar em vigor a partir de 2013.

"Isso perde um pouco o sentido, porque não teremos certeza se haverá oferta para atender a toda essa demanda", comentou. Segundo ele, a alta nos preços de óleo vegetal, entretanto, não deve prejudicar a agricultura familiar que apostou neste segmento. "Os agricultores que se organizarem poderão vender este óleo processado no mercado por um preço melhor, caso a mistura seja diminuída ou suspensa", explicou.

Ele admitiu, no entanto, que um desestímulo à agricultura familiar (principal vertente do programa do biodiesel explorada em campanha pelo governo atual) poderá ocorrer com o fim dos leilões de venda de biocombustível para a Petrobras, em 2008, quando a mistura se torna obrigatória.

Isso porque qualquer grande produtor que queira participar do leilão, única forma de comercializar o produto hoje, tem que apresentar o selo social, obtido por quem possui uma porcentagem da produção proveniente da agricultura familiar. Esta porcentagem varia de acordo com a região, entre 10% e 30%.

Sem a obrigatoriedade do selo social, o pequeno agricultor não teria mais para quem vender. "Isso pode acontecer. É um risco, mas acreditamos que com o incentivo dos leilões nestes dois anos, a agricultura familiar tenha se organizado de forma a comercializar este óleo independentemente", comentou.





Fonte: AE

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