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Internacional
Quinta - 23 de Novembro de 2006 às 08:51

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Beirute - Dezenas de milhares de libaneses reuniram-se hoje para se despedir do jovem ministro cristão maronita assassinado na terça-feira em Beirute. Aliados anti-Síria de Pierre Gemayel buscaram transformar a cerimônia numa demonstração de força contra seus opositores, liderados pelo grupo xiita pró-iraniano Hezbollah. Participantes das procissões fúnebres acusavam a Síria de participação no assassinato. Damasco condenou o crime e nega qualquer tipo de envolvimento na ação.

Parte da ira era dirigida ao presidente Émile Lahoud, um político pró-síria. Simpatizantes de Gemayel exigiam sua remoção. Os participantes também criticaram o Hezbollah. Por sua vez, o grupo islâmico acusou os grupos anti-Síria de tentarem lucrar politicamente com o assassinato, mas assegurou que suspenderá atos previamente programados como parte de uma disputa pelo poder no Líbano até que os ânimos se acalmem.

Duas horas antes do início dos funerais e da chegada do caixão contendo o corpo de Gemayel, dezenas de milhares de pessoas estavam reunidas na Praça dos Mártires, região central de Beirute, enquanto familiares e dignitários preparavam-se para uma missa numa catedral próxima. Homens, mulheres e crianças exibiam bandeiras libanesas. Alguns mostravam pôsteres com a foto de Gemayel acompanhadas de inscrições como "Queremos viver" e "À espera de Justiça".

Gemayel, de 34 anos, foi assassinado em uma emboscada na terça-feira, no momento em que saía de uma igreja a bordo de seu carro. Ele é o terceiro político anti-Síria assassinado no Líbano ao longo dos últimos dois anos. O crime acirrou a tensão no país em um momento no qual ocorre uma perigosa disputa pelo poder. Os xiitas são apoiados pela Síria e pelo Irã.

O governo e sua base de apoio cristã e sunita têm apoio dos Estados Unidos e do Ocidente. Enquanto alguns simpatizantes de Gemayel exigiam vingança contra a Síria e seus aliados, o pai de Gemayel, um ex-presidente, e a Igreja Maronita pediam calma para que se evitasse uma nova eclosão de violência nesta nação multiétnica de 4 milhões de habitantes. (AE/AP)





Fonte: Agência de Notícias

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