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Quinta - 23 de Novembro de 2006 às 08:30

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São Paulo - As duas maiores lojas de comércio eletrônico do Brasil, a Americanas.com e o Submarino, estão em negociações avançadas para se unir. Se a fusão for adiante, será um dos maiores negócios já fechados entre duas companhias brasileiras. A operação financeira deve movimentar entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões, se forem levados em conta o valor das duas empresas e os novos recursos que os sócios da Americanas.com devem desembolsar para fechar negócio. Se for considerado o valor de mercado da nova companhia, ela seria uma das maiores lojas virtuais do mundo, atrás das americanas Amazon.com e da Barnes&Nobles.com. Ontem, as ações das duas empresas dispararam na Bolsa de São Paulo (Bovespa), com os rumores em torno do negócio. Os papéis do Submarino subiram 4,8% e ações preferenciais das Lojas Americanas (donas da Americanas.com) saltaram 3,81%. Já o índice Ibovespa subiu 0,82%. Nos últimos 30 dias, as ações do Submarino subiram 30%, enquanto a alta do Ibovespa foi de 8,5%.

As empresas se negaram a dar entrevistas e informaram que não comentam rumores de mercado. Representando a Americanas.com, fazem parte da negociação o Citibank e o escritório de advocacia Barbosa, Müssnich & Aragão. Já pelo Submarino, as conversas são conduzidas pelo banco CSFB e pelo escritório Mattos Filho.

A negociação prevê a união das duas empresas em uma nova companhia. Suas ações seriam negociadas no Novo Mercado da Bovespa. Hoje, o controle do Submarino está disperso entre investidores na Bolsa. Ninguém tem mais de 5% do capital total. Já a Americanas.com faz parte das Lojas Americanas, controlada pelos ex-sócios do banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira, e Marcel Telles.

Se a fusão for concretizada, as ações do Submarino devem perder poder e ganhar uma compensação financeira. A nova empresa teria seu capital repartido em partes iguais: 50% ficariam com os acionistas do Submarino e 50% com os da Americanas.com. O acordo, porém, não é entre iguais. Como os acionistas do Submarino estão dispersos no mercado, os donos da Americanas.com teriam o controle da nova companhia.

Para compensar a perda do mando, os acionistas do Submarino teriam um ganho financeiro. As contas para fechar negócio deram um valor mais alto às ações do Submarino: embora a Americanas.com movimente dois terços do total de vendas e lucros da nova companhia, o capital será dividido meio a meio.

Além disso, o acordo prevê que os sócios da Americanas.com invistam entre R$ 200 milhões a R$ 300 milhões no capital da nova empresa. Já os acionistas do Submarino teriam direito a receber dividendos extras de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões. Se a direção das empresas chegar a um acordo, ele ainda precisará ser aprovado pelos acionistas do Submarino em uma assembléia.

Americanas.com e o Submarino travam há anos uma disputa em torno de quem vende mais aparelhos eletrônicos, computadores, CDs e até alimentos pela internet. As duas lojas virtuais crescem rápido. A Americanas.com é maior que qualquer outra loja do grupo e responde por mais de um quinto do faturamento total.

Este ano, o faturamento das duas lojas pode chegar a R$ 2 bilhões. As duas empresas enfrentam, porém, uma pressão cada vez maior. Supermercados como o Extra, lojas como o Ponto Frio, e livrarias têm avançado no comércio virtual, assim como o site Mercado Livre, que reúne 10 mil pequenos comerciantes.

Uma fusão seguiria o padrão de outro negócio dos sócios do Garantia. Eles compraram a Brahma, fizeram uma fusão com a Antarctica e criaram a AmBev. Hoje, a AmBev tem 70% do mercado. A nova fusão também prevê que as duas marcas líderes de mercado continuem na ativa. (Colaboraram Renato Cruz e Patrícia Cançado) (Ricardo Grinbaum)





Fonte: Agência de Notícias

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