Deputados britânicos visitam o Brasil para impulsionar o comércio

O Comitê de Comércio e Indústria da Câmara dos Comuns apresentará em janeiro de 2007 ao Governo britânico um relatório com recomendações para aumentar o comércio com o Brasil, disseram hoje em São Paulo membros de uma delegação que visita o país.

A delegação britânica, composta por nove parlamentares de vários partidos, se reuniu hoje com diretores da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para analisar as perspectivas do comércio bilateral.

O objetivo da visita é detectar os obstáculos e oportunidades que os empresários britânicos têm, explicar ao Governo de Londres o potencial das relações comerciais com o Brasil e fazer recomendações sobre as políticas e orçamentos destinados a fomentar o intercâmbio de bens e serviços.

"O Brasil não é percebido da maneira adequada no Reino Unido", disse a jornalistas o chefe do Comitê, o deputado conservador Peter Luff, que assinalou que os empresários de seu país têm uma visão que não se ajusta à realidade do gigante sul-americano.

Lembrou que a economia brasileira está cada vez mais desenvolvida e que a classe média, um dos motores do consumo, é "próspera e desenvolvida".

"O Brasil poderia absorver muito mais que os 2,6% das exportações britânicas", destacou Luff.

O Brasil exportou no ano passado para o Reino Unido produtos no valor total de US$ 2,591 bilhões e importou por US$ 1,375 bilhões, obtendo um superávit comercial de US$ 1,216 bilhões.

Luff assinalou que "não é fácil investir no Brasil" pelos impedimentos burocráticos e a alta carga tributária vigente, mas o deputado trabalhista Rob Marris disse que, apesar das dificuldades, está "muito otimista" com os negócios que se podem fazer no Brasil.

A visita dos parlamentares ao Brasil responde ao interesse do Governo britânico em reforçar o comércio com os países do "Bric", apelido cunhado pelo mercado financeiro para referir-se ao Brasil, Rússia, Índia e China, considerados os emergentes com maior potencial de crescimento a médio prazo.

O Comitê que visitou o Brasil esteve previamente na Índia e nos próximos meses irá à Rússia e à China para se reunir com organizações empresariais e elaborar relatórios individuais sobre cada país.