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Internacional
Quarta - 22 de Novembro de 2006 às 19:30

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Com cerca de 120 mortos por dia em outubro, a violência alcança um nível recorde no Iraque, no momento em que o primeiro-ministro iraquiano se prepara para se encontrar com o presidente americano George W. Bush, como parte de esforços diplomáticos envolvendo a Síria e o Irã para restabelecer a segurança.

Um informe alarmante das Nações Unidas revelou nesta quarta-feira que o número de civis mortos no Iraque em um mês alcançou um novo recorde em outubro, 3.709, um sinal da incapacidade das forças de segurança iraquianas e americanas de conter a violência no país.

Em setembro foram 3.345 civis mortos. No total, 7.054 pessoas morreram de forma violenta em outubro e setembro, segundo números baseados em dados coletados em hospitais e institutos médico-legais.

Os dados levam em conta as dezenas de corpos que a polícia encontra todos os dias nas ruas, vítimas da violência religiosa, principalmente entre xiitas e sunitas.

Nesta quarta-feira, 59 corpos foram encontrados pela polícia em Bagdá, informou uma fonte dos serviços de segurança.

Trinta e sete pessoas foram mortas em ataques no Iraque, entre elas três soldados e quatro policiais iraquianos em Baaquba, reduto da rebelião ao norte de Bagdá.

Sete guardas também morreram num atentado com carro-bomba quando iam receber seu salário em Iskandariya, sul da capital.

O presidente George W. Bush, pressionado para que se aplique uma nova estratégia no Iraque para acabar com tanta violência vai se reunir pela terceira vez em seis meses com o primeiro-ministro iraquiano, no próximo dia 29, na Jordânia.

A reunião acontecerá num cenário político dramaticamente alterado.

Enquanto o premier Nuri al-Maliki se aproxima da Síria e do Irã, dois países criticados duramente por Washington, Bush é pressionado pelos democratas, que controlam o Congresso depois de sua recente vitória nas legislativas, para que retire progressivamente os 144.000 militares mobilizados no Iraque nos próximos quatro a seis meses.

No entanto, Bush insiste em que não fixará um calendário para a retirada até que diminua a violência no Iraque.

Além da Síria e do Iraque terem retomado na terça-feira suas relações diplomáticas interrompidas há 25 anos, o presidente iraquiano Jalal Talabani viajará a Teerã no sábado para uma reunião com seu colega Mahmud Ahmadinejad, num encontro que poderá se converter numa minicúpula se o presidente sírio Bashar al-Assad estiver presente, o que ainda não foi confirmado.

A Síria, pressionada pelo Iraque para que interrompa a entrada de combatentes estrangeiros por sua fronteira comum, condenou os atentados contra o povo iraquiano.

O Irã, grande adversário do Iraque no passado, é acusado de fornecer armas e logística aos xiitas e de contribuir assim para a violência religiosa e a desestabilização do poder central iraquiano.

O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira que pretende passar o controle da segurança da província de Basra, sul do Iraque, para as forças da ordem iraquianas no segundo trimestre de 2007.

É a primeira vez até hoje que Londres fixa um calendário para ceder o controle na área, o que poderá resultar numa diminuição significativa de suas tropas no Iraque.

A ministra das Relações Exteriores britânica, Margaret Beckett, explicou aos deputados que Londres quer passar o controle da província de Maysan (sudeste) em janeiro.

"Os progressos das operações atuais em Basra nos permitem pensar que também seremos capazes de transferir (a custódia) desta província durante a primavera" no hemisfério norte, acrescentou.

A maioria dos 7.200 militares britânicos destacados para o Iraque estão estacionados na região sul, que costuma ser alvo de ataques sangrentos entre milícias rivais.

Maysan e Basra são as únicas províncias iraquianas que continuam sob controle das forças britânicas. Estas já passaram o controle da segurança em outras duas províncias: Al-Muthana e Zi Qar, em julho e setembro deste ano, respectivamente. Na capital da província de Maysan, Al-Amara, o controle também já está nas mãos dos iraquianos.

O processo de transferência da segurança para as tropas iraquianas "está muito avançado", insistiu Beckett.

O Foreign Office precisou que seus planos não significam "uma retirada completa das tropas" britânicas.

O Reino Unido perdeu 125 soldados no Iraque desde março de 2003.





Fonte: AFP

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