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Agronegócios
Quarta - 22 de Novembro de 2006 às 15:28

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O secretário-executivo do Consórcio Anti-Ferrugem, Amélio Dall Agnol revelou hoje que o Ministério da Agricultura deve publicar até o próximo ano uma instrução normativa proibindo o plantio de soja entre os meses de junho e setembro próximo a pivôs centrais e exigindo a destruição de soja voluntária (tigüera) nas áreas produtoras. "Queremos evitar a ponte verde de um ano pra outro", explicou.

A medida, segundo ele, seria evitar a sobrevivência do fungo da ferrugem asiática durante a entressafra, já que a umidade favorece a proliferação da doença. A vigência da instrução, esclareceu, dependerá também da elaboração de legislações dos Estados, para que o "vazio sanitário" coincida entre os maiores produtores de soja no mesmo período. "Para o próximo ano, não será mais permitido o plantio de soja durante o inverno, por pelo menos 60 dias, em regiões próximas a pivôs centrais", afirmou.

Neste ano, os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já instituíram a medida. Por conta disso, o secretário-executivo do consórcio acredita que a contaminação pela ferrugem não terá um impacto "tão destrutivo" quanto em anos anteriores. A maior prova seria o número de aplicações de fungicidas previsto para as lavouras do centro-oeste que passou de quatro para duas, em média. Mas, conforme enfatizou, ainda é cedo para estimar os prejuízos provocados pela contaminação para a próxima safra.

A única dificuldade para a vigência do vazio sanitário, conforme Dall Agnol, seria em municípios como Formoso, no Estado do Tocantins, que costuma plantar arroz na safra de verão e a soja durante o inverno. Mas ele reitera que alguns produtores já se comprometeram a efetuar o controle fitossanitário para impedir a sobrevivência dos inóculos da doença. O aumento dos gastos com defensivos é apontado como um dos principais fatores de crescimento dos custos de produção de soja no País. Com a proibição do plantio da soja de inverno, ele acredita que a ocorrência de focos tende a diminuir consideravelmente.

Dall Agnol proferiu hoje a palestra "Estratégias e Resultados do Consórcio Anti-Ferrugem da Soja", durante a I Conferência de Defesa Sanitária Vegetal, em Belo Horizonte, na qual considerou que o avanço da ferrugem na safra passada pode ser creditado ao atraso na aplicação de fungicidas, por causa da descapitalização dos produtores. Ele apontou também que ainda não há confirmação se os fungos já apresentariam resistência aos defensivos.

Ontem, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) informou que foi detectado o primeiro foco de ferrugem asiática no Estado, no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro. O foco foi detectado no último dia 16 de novembro, em uma lavoura de soja com 44 dias após semeadura. O Estado, segundo Dall Agnol, foi o que apresentou o maior número de ocorrências de contaminação durante a fase vegetativa da soja.





Fonte: AE

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