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Economia
Terça - 21 de Novembro de 2006 às 17:22

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O mercado de câmbio voltou a fechar com o dólar ligeiramente valorizado sobre o real nesta terça-feira. Embora discreto, foi o quarto aumento consecutivo. Dados sobre a posição comprada em moeda americana dos bancos e a redução na posição vendida de estrangeiros no segmento futuro, divulgados ontem, quando muitos investidores estiveram ausentes das operações pelo feriado nas capitais paulista e carioca, geraram algum desconforto entre os agentes financeiros.

O dólar terminou com apreciação de 0,13%, a R$ 2,1620 na compra e R$ 2,1640 na venda, após oscilar da mínima de R$ 2,1580 à máxima de R$ 2,1690. De acordo com informações do mercado, o giro interbancário somou US$ 1,2 bilhão. Na roda de "pronto" da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM & F), a divisa avançou 0,17%, a R$ 2,163, com volume igual a US$ 269 milhões.

Na avaliação do diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, a alta no dólar hoje é "quase nada", mas a cotação vem subindo já há alguns dias. O Banco Central continua comprando dólares, favorecendo essa apreciação, e nos últimos dias observou-se investidores estrangeiros mudando de posição e atuando na ponta de compra, diz. Medeiros, entretanto, não vê nada de "preocupante" nesse movimento, e analisa que a a tendência segue de baixa para o dólar, "a menos que ocorra algo no exterior".

Dados sobre o setor externo brasileiro também tiveram participação no leve acréscimo das cotações hoje. A posição da carteira de câmbio do sistema financeiro, que já estava comprada em US$ 689,6 milhões no final de outubro, registrou saldo positivo de US$ 3,256 bilhões no dia 16, segundo informou o BC ontem. "Isso assustou um pouco", disse o operador da tesouraria de um banco em São Paulo. Tal situação gera indagações no mercado de por que estão há agentes comprando, o que cria um certo incômodo para alguns investidores, explicou profissional.

Além disso, conforme observou o diretor-executivo da corretora NGO, Sidnei Nehme, "as posições vendidas na BM & F em dólares vêm sofrendo redução gradual, tendo caído entre 16 de setembro e 16 de novembro de US$ 8,8 bilhões para US$ 6,1 bilhões, o que pode indicar realização de lucros". O especialista não descarta que o movimento esteja condicionado a uma perspectiva de redução de ganhos, uma vez que o BC vem enxugando a liquidez. Há também muito "ruído" em torno da questão do dólar depreciado, citou.

"E não é interessante, a despeito da ainda atrativa rentabilidade, correr riscos de anular parcialmente os resultados já obtidos", avaliou Nehme. Desse modo, o profissional avalia como "sensata" a redução de exposição, "pois o novo governo ainda não tem um perfil definido e, quando se propaga desenvolvimento, a questão do preço do dólar estará sempre no centro da discussão".

O BC realizou leilão de compra nesta tarde, com taxa de corte de R$ 2,1642. De acordo com agentes no mercado, a autoridade monetária aceitou três propostas de dois bancos de um total de 19 ofertas de 12 instituições financeiras. A média das taxas apresentadas foi de R$ 2,1651. O valor mínimo ficou em R$ 2,1635 e a taxa máxima alcançou R$ 2,1665.

Após o fechamento, o BC realiza pesquisa para verificar demanda por contratos de swap cambial reverso - com posição ativa em variação do câmbio e passiva em taxas de juros. O objetivo do leilão é a rolagem dos contratos de swap cambial reverso a vencer em 1º de dezembro, no valor aproximado de US$ 1 bilhão.





Fonte: Valor Online

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