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Saúde
Terça - 21 de Novembro de 2006 às 13:50

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Os casos de Aids continuam crescendo na África subsaariana, a região mais afetada pela doença no mundo, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Cerca de 76% das mortes relacionadas com a doença em 2006 ocorreram na África subsaariana, região que compreende todos os 42 países do continente que estão abaixo da região do deserto do Saara.

Dois terços das pessoas vivendo com o vírus no mundo estão na área.

As mulheres são mais suscetíveis do que nunca aos riscos do vírus HIV, afirma o relatório. Na África subsaariana, há 14 mulheres contaminadas com o vírus para cada dez homens.

Sem saber

A Unaids, agência da ONU encarregada de gerenciar o combate à doença, estima que o número de pessoas que têm o vírus esteja próximo de 39,5 milhões, e que a vasta maioria desconhece estar infectada.

O número de pessoas contaminadas cresceu em todo o mundo, mas o avanço da doença foi mais sentido nas regiões central e leste da Ásia e no leste da Europa.

Países como África do Sul, Uganda, Moçambique e Suazilândia, na África, também tiveram aumentos nos números de casos depois de uma estabilização nos níveis de infecção.

Cerca de 40% das novas contaminações ocorrem em pessoas com idades entre 15 e 24 anos e o estudo calcula que 2,9 milhões de pessoas tenham morrido por doenças ocasionadas pela Aids em 2006.

“O futuro da epidemia de Aids no mundo depende muito dos padrões de comportamento que os mais jovens adotarão e os fatores que influenciarão essas escolhas”, diz o estudo.

Evolução

O Zimbábue é o único país da região sul da África onde a incidência de casos entre adultos está caindo.

Para Peter Piot, diretor executivo da Unaids, alertou para o fato de que é vital manter os esforços na prevenção à doença, dando especial atenção para adequá-los às necessidades das populações mais vulneráveis.

O estudo mostra que mesmo países com recursos escassos mostram avanços consideráveis quando aplicados corretamente.

A China, que diminuiu a incidência da doença entre prostitutas e usuários de drogas injetáveis, e Portugal, que reduziu o número de casos através da implantação de programas de prevenção, foram mencionados como exemplos bem-sucedidos.

Apesar dos bons resultados em alguns países, o estudo mostra que em vários outros os programas não estão chegando às pessoas que mais precisam. O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Anders Nordström, afirmou que é imprescindível “aumentar o investimento em prevenção e tratamento para reduzir o número de mortes”.

Brasil e América Latina

Apesar de uma evolução no controle do vírus no Brasil e na maioria dos países da América Latina, o relatório da Unaids sublinha um agravamento da situação em Belize e Honduras.

O estudo elogia o trabalho realizado pelas autoridades brasileiras para controlar a doença, dizendo que "a resposta brasileira continua a ser digna de elogios", embora ainda seja necessária a "manutenção e aperfeiçoamento dos esforços contra o HIV".

De acordo com as estatísticas, usuários de drogas injetáveis também são o grupo de maior risco no país, onde também se constata um aumento no impacto da doença em mulheres.





Fonte: BBC Brasil

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