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Economia
Terça - 21 de Novembro de 2006 às 10:17

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São Paulo - Os donos de pizzarias da zona oeste de São Paulo perceberam que é melhor para os negócios agirem como parceiros do que como concorrentes. Juntos na Associação Pizzarias Unidas, conseguiram ganhar escala para comprar diretamente de grandes fornecedores, como a Perdigão e Nestlé, e traçar estratégias para todos crescerem. "É um benefício muito maior trocar experiência e estratégia, do que só ver o outro como concorrente e ficar fechado no seu mundo", diz Elidio Biazini, presidente da entidade e sócio da Didio Pizzas.

A associação começou há quatro anos, depois que dois proprietários de pizzarias da região foram ao Sebrae buscar ajuda para melhorar suas compras, e hoje tem até site (www.pizzariasunidas.org.br). Faz parte de um movimento que tem atraído muitas micro e pequenas empresas em todo o Brasil, o associativismo. "É algo que tem sido muito discutido, e antes se apenas focavam a compra conjunta e marketing, hoje estas associações criam centrais de negócios, que buscam soluções para a redução do custo operacional e gestão", diz Fábio Ignácio, Analista de Mercado do Sebrae-SP, uma das organizações que promovem a união de microempresários.

"Cada um que chega traz uma novidade. Juntos podemos tocar projetos que sozinho seria impossível, como mudar as embalagens para uma específica para alimentos e com acabamento melhor', diz Biazini. Por enquanto, participam 22 donos de pizzarias, que pagam uma mensalidade de R$ 90 e têm reuniões semanais. Entre as conquistas do grupo estão a legalização de todos os funcionários, compra de madeira 100% reciclada e uma central de compras, responsável pelo abastecimento de 70% dos produtos.

Preço

Em Lages, Santa Catarina, este modelo de trabalho em conjunto mudou a vida de muitos donos de pequenas mercearias, como Edson Córdoba, presidente da Rede de Mercados e Mercearias da cidade. Antes da união, ele vendia produtos na sua casa, em um espaço de 70 m². Agora, terminou de construir um imóvel de 200 m² e já tem três funcionários. "No começo todo mundo resistia à idéia de se unir, mas no fim enxergamos que nosso maior concorrente é o grande mercado, e não os pequenos de bairro", diz.

Com a união, eles conseguiram negociar diretamente com fabricantes itens como arroz, farinha e açúcar, o que antes compravam de grandes supermercados ou atacados. "Agora nosso preço ficou competitivo, e os moradores do bairro não precisam ir ao mercado, pois sabem que temos ofertas."

A estratégia em conjunto também dá apoio a quem quer vender no exterior. No Estado de São Paulo, 14 pequenas fabricantes de móveis conseguiram contratar um gerente de vendas, que prospecta clientes em feiras e ajuda em todos os trâmites necessários para a exportação. "Uma empresa sozinha não teria condições de ter um profissional desse, mas desta forma todos recebem o apoio e até quem não pensavam em exportar agora enxerga esta possibilidade", conta Viviane Lea Lucílio, direta da empresa Luc Art e membro da associação Export Furniture Brazil.

Mas Viviane alerta que não basta ser membro de uma associação para crescer. É preciso trazer colaborações e ter paciência. Muitas vezes, conta, demora para se criar um grupo coeso e com metas bem traçadas. "É algo de longo prazo, que exige participação e vontade. Entrar numa associação não pode ser a salvação do negócio, mas sim um apoio." (Marina Faleiros)





Fonte: Agência de Notícias

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