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Morte de brasileiras reacende debate na Itália sobre anorexia
Os casos da modelo Ana Carolina Reston e da estudante de moda Carla Casalle, mortas no Brasil em conseqüência de anorexia nervosa, reacenderam o debate na Itália sobre a relação entre moda e a doença.
Esse debate já havia sido iniciado no país após o governo da Espanha ter decidido colocar um limite à magreza das modelos que participam de desfiles de moda, levando a discussões sobre uma eventual medida semelhante na Itália.
“A morte das duas moças brasileiras teve grande influência na decisão de criar um código de regulamentação para o setor da moda”, reconhece a porta voz do Ministério para a Política Juvenil, Lucia Uriuoli, falando à BBC Brasil.
Ela disse que o ministério começou a discutir a questão logo após a decisão do governo espanhol.
“Poucos dias depois chegou a notícia do Brasil e isto reacendeu o debate, porque a taxa de mortalidade por anorexia entre moças normais está aumentando.”
Linhas de conduta
O Ministério para a Política Juvenil e o Esporte está centralizando as discussões que devem definir as linhas de conduta. Psicólogos e médicos participam da discussão, além de estilistas, organizadores de desfiles, associações de categoria e publicações especializadas.
Segundo a porta-voz do ministério, houve contato com diversos estilistas, como Armani, Dolce & Gabbana, Laura Buiagiotti e Versace. Todos teriam dado uma avaliação positiva sobre a iniciativa.
De acordo com a ministra, Giovanna Melandri, uma das iniciativas é estabelecer o controle do índice de massa corporal (IMC) para as modelos que participam de desfiles, como ocorreu na Espanha.
“Na Itália será em nível nacional, enquanto na Espanha a decisão foi regional, relativa apenas à cidade de Madri”, informou a porta voz do ministério.
Os organizadores da Semana de Moda de Madri, realizada em setembro, proibiram o desfile de modelos com índice de massa corporal (IMC) - adotado pela Organização Mundial de Saúde para o cálculo do peso ideal de cada indivíduo - inferior a 18 kg/m².
O IMC é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado. Uma pessoa que pesa 55 kg e tem 1.70 m de altura, por exemplo, tem o IMC de 19.03 kg/m². Especialistas em saúde das Nações Unidas recomendam que o BMI fique em torno de 18,5 kg/m² e cerca de 25 kg/m².
Anorexia X Moda
Mesmo reconhecendo que o problema em parte é ligado ao mundo da moda e dos desfiles, as autoridades italianas fazem questão de esclarecer que não desejam culpar este setor, um dos mais bem sucedidos da economia do país.
“A anorexia não é criada pela moda. É um problema psicossocial muito mais profundo, relacionado às dificuldades modernas da adolescência”, segundo Lucia Urciuoli.
Embora não seja vista como causa da anorexia, a moda pode ajudar a resolver este problema propondo modelos de beleza que não sejam exclusivamente ligados à altura e à magreza, segundo ela.
Letizia Moratti, prefeita de Milão, acredita que iniciativas nacionais não são suficientes para combater a anorexia de forma eficaz. Ela acredita que é necessária uma aliança internacional.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, Moratti sugeriu que “as capitais da moda se unam contra a anorexia com um código de comportamento comum, aceito pelos estilistas”.
A prefeita da capital italiana da moda citou Ana Carolina Reston como exemplo.
“A história desta modelo demonstra que as proibições não são suficientes. Se cidades como Milão ou Madri impedem uma modelo muito magra de desfilar, mas depois ela é vista nas passarelas de Paris ou Nova York, o exemplo que passa é sempre o mesmo, e é negativo”, segundo ela.
A ministra italiana do Comércio Exterior, Emma Bonino, propõe um código europeu contra a anorexia e lança um desafio aos estilistas e industriais da moda: “Tentem vestir mulheres normais”.
Esse debate já havia sido iniciado no país após o governo da Espanha ter decidido colocar um limite à magreza das modelos que participam de desfiles de moda, levando a discussões sobre uma eventual medida semelhante na Itália.
“A morte das duas moças brasileiras teve grande influência na decisão de criar um código de regulamentação para o setor da moda”, reconhece a porta voz do Ministério para a Política Juvenil, Lucia Uriuoli, falando à BBC Brasil.
Ela disse que o ministério começou a discutir a questão logo após a decisão do governo espanhol.
“Poucos dias depois chegou a notícia do Brasil e isto reacendeu o debate, porque a taxa de mortalidade por anorexia entre moças normais está aumentando.”
Linhas de conduta
O Ministério para a Política Juvenil e o Esporte está centralizando as discussões que devem definir as linhas de conduta. Psicólogos e médicos participam da discussão, além de estilistas, organizadores de desfiles, associações de categoria e publicações especializadas.
Segundo a porta-voz do ministério, houve contato com diversos estilistas, como Armani, Dolce & Gabbana, Laura Buiagiotti e Versace. Todos teriam dado uma avaliação positiva sobre a iniciativa.
De acordo com a ministra, Giovanna Melandri, uma das iniciativas é estabelecer o controle do índice de massa corporal (IMC) para as modelos que participam de desfiles, como ocorreu na Espanha.
“Na Itália será em nível nacional, enquanto na Espanha a decisão foi regional, relativa apenas à cidade de Madri”, informou a porta voz do ministério.
Os organizadores da Semana de Moda de Madri, realizada em setembro, proibiram o desfile de modelos com índice de massa corporal (IMC) - adotado pela Organização Mundial de Saúde para o cálculo do peso ideal de cada indivíduo - inferior a 18 kg/m².
O IMC é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado. Uma pessoa que pesa 55 kg e tem 1.70 m de altura, por exemplo, tem o IMC de 19.03 kg/m². Especialistas em saúde das Nações Unidas recomendam que o BMI fique em torno de 18,5 kg/m² e cerca de 25 kg/m².
Anorexia X Moda
Mesmo reconhecendo que o problema em parte é ligado ao mundo da moda e dos desfiles, as autoridades italianas fazem questão de esclarecer que não desejam culpar este setor, um dos mais bem sucedidos da economia do país.
“A anorexia não é criada pela moda. É um problema psicossocial muito mais profundo, relacionado às dificuldades modernas da adolescência”, segundo Lucia Urciuoli.
Embora não seja vista como causa da anorexia, a moda pode ajudar a resolver este problema propondo modelos de beleza que não sejam exclusivamente ligados à altura e à magreza, segundo ela.
Letizia Moratti, prefeita de Milão, acredita que iniciativas nacionais não são suficientes para combater a anorexia de forma eficaz. Ela acredita que é necessária uma aliança internacional.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, Moratti sugeriu que “as capitais da moda se unam contra a anorexia com um código de comportamento comum, aceito pelos estilistas”.
A prefeita da capital italiana da moda citou Ana Carolina Reston como exemplo.
“A história desta modelo demonstra que as proibições não são suficientes. Se cidades como Milão ou Madri impedem uma modelo muito magra de desfilar, mas depois ela é vista nas passarelas de Paris ou Nova York, o exemplo que passa é sempre o mesmo, e é negativo”, segundo ela.
A ministra italiana do Comércio Exterior, Emma Bonino, propõe um código europeu contra a anorexia e lança um desafio aos estilistas e industriais da moda: “Tentem vestir mulheres normais”.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/259528/visualizar/
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