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Educação/Vestibular
Segunda - 20 de Novembro de 2006 às 18:29

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O Ministério da Educação (MEC) discute a elaboração de um programa de educação científica a ser implantado nas escolas de ensino fundamental (1ª a 8ª série) e médio (9ª a 11ª). Segundo o secretário de Educação Básica, Francisco das Chagas Fernandes, as escolas brasileiras carecem de um programa que, respeitadas as diversidades regionais, estabeleça critérios e metas para o ensino científico.

"A não ser por experiências que não são universais, pois acontecem em algumas escolas de alguns estados, através do esforço dos professores e alunos, ainda não temos uma proposta de educação científica que possa ser implantada em todo o país", afirmou o secretário hoje (20) em Belo Horizonte, no primeiro dia do 3º Fórum Educacional do Mercosul que vai até sexta-feira.

"O que gostaríamos [de fazer], e estamos tentando, é pegar as experiências que já existem e as propostas do meio acadêmico e, considerando a diversidade brasileira, disponibilizar para as escolas um programa de educação científica", completou.

Para a secretária-geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Lisbeth Kaiserlian Cordani, um dos grandes desafios para educadores é aproximar o conhecimento científico do cotidiano dos alunos. "Existe um descolamento entre aquilo que a ciência produz e a realidade do ensino de nossas escolas. O primeiro passo é pensar como podemos colocar a ciência na ordem do dia para nossos alunos e professores".

Para Cordani, despertar o interesse dos jovens pela ciência pode, inclusive, trazer dividendos para o país. "Teríamos criatividade, inovação e crescimento nas áreas de ciência e tecnologia".

Embora veja avanços nos últimos anos, Cordani ressalta que o Brasil ainda tem muito a melhorar. "Nossa sociedade está progredindo. Mas temos de trabalhar mais para atingir um ponto competitivo em relação a países mais desenvolvidos". Segundo ela, a SBPC vê com satisfação o movimento para aumentar a visibilidade da ciência e facilitar sua apresentação para os alunos.

Francisco das Chagas também afirma que houve avanços no apoio ao desenvolvimento e valorização do ensino das ciências. "Estamos colocando o livro didático para o ensino médio [passou a ser distribuído gratuitamente para as escolas públicas, segundo o MEC]. Conseguimos financiar o Programa Nacional de Apoio a Feiras de Ciências (Fenaceb), que antes ficavam restritas ao nível estadual. Com isso, conseguimos organizar a produção dos estudantes de todo o Brasil".

Cordani, da SBPC, também destacou a importância das feiras de ciências para desenvolver o interesse dos alunos. "É uma semente que, provavelmente, vai melhorar a qualidade [do ensino]. As ciências estão no cotidiano e têm de se aproximar das crianças e jovens, não ficar só dentro dos laboratórios, com professores e pesquisadores".

Chagas disse que as discussões estão em curso, mas não há previsão para que um plano seja apresentado. "Ainda não temos bem claro como seria um programa de iniciação científica na educação. O que temos claro é que precisamos, junto com professores e alunos, [propor] algo que ajude nossos jovens a se aproximar das ciências."





Fonte: Agência Brasil

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