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Saúde
Segunda - 20 de Novembro de 2006 às 06:51

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Cientistas britânicos mostraram que células na camada mais externa do coração podem migrar para uma camada mais interna caso o órgão apresente falhas e necessite reparos essenciais.

A migração de células progenitoras é controlada por uma proteína chamada timosina beta-4, uma substância já conhecida, que reduz a perda de células musculares depois de um ataque do coração.

A descoberta abre a possibilidade para o uso da proteína no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para doenças do coração.

O estudo da University College de Londres (UCL) foi publicado na revista científica Nature.

Células progenitoras são semelhantes à células-tronco, pois têm o potencial para se transformarem em diferentes tecidos adultos.

Acreditava-se que não havia uma fonte destas células no coração e que elas viriam da medula óssea.

A nova pesquisa é a primeira a mostrar que estas células, na verdade, estão dentro do tecido do coração.

Novos vasos

A equipe da UCL descobriu que células progenitoras sob influência da timosina beta-4 na camada mais externa do coração podem ser estimuladas a formar novos vasos sangüíneos.

Os pesquisadores criaram camundongos sem a timosina beta-4 em seus corações.

Os estudiosos descobriram que os corações destes camundongos não se desenvolvia normalmente, o músculo cardíaco mostrava sinais precoces de perda de tecido e o desenvolvimento de vasos sangüíneos era menor.

Um exame mais detalhado revelou que, sem a timosina beta-4, as células progenitoras não conseguiram se mover para as partes mais internas do coração e mudar suas estruturas para células necessárias na reconstrução de vasos sangüíneos saudáveis, sustentando o tecido muscular.

Para investigar se a proteína também pode ajudar a consertar corações danificados de adultos, os pesquisadores pegaram células da camada externa de corações de camundongos adultos e cultivaram estas células em laboratório.

"Descobrimos que, quando tratadas com timosina beta-4, estas células adultas têm tanto potencial quanto células embriônicas para criar tecido cardíaco saudável", disse o pesquisador-chefe Paul Riley.

Terapia

Riley disse que o uso da timosina beta-4 pode levar a uma forma mais eficaz de reparar corações danificados.

"No futuro, se pudermos descobrir como direcionar as células progenitoras usando a timosina beta-4, teríamos nas mãos uma terapia de grande potencial baseada nas células cardíacas do próprio paciente", acrescentou.

"Esta terapia iria contornar o risco de rejeição pelo sistema imunológico, um grande problema com o uso de transplantes de células-tronco de outras fontes. Com o benefício extra de que as células já estão no lugar certo, dentro do próprio coração."

O professor Jeremy Pearson, da British Heart Foundation - uma das entidades que deu verbas para a pesquisa - afirmou que os resultados são "importantes".

"O grupo de Riley conseguiu um grande passo em direção a uma terapia prática para encorajar corações danificados a se consertarem sozinhos, um objetivo que é urgente para pesquisadores", disse.




Fonte: BBC Brasil

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