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Nacional
Domingo - 19 de Novembro de 2006 às 19:32

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No Brasil, o setor de transporte hidroviário carece de planejamento histórico. Dos 28 mil quilômetros de rios navegáveis em condições naturais, sem que se precise fazer obras de dragagem ou transposição, há transporte de passageiros e carga em somente 10 mil quilômetros.

De acordo com o diretor do Fundo Nacional de Infra-Estrutura de Transportes do Ministério dos Transportes, Luiz Eduardo Garcia, a perda gerada pelo tempo em que o setor hidrelétrico desenvolveu seus projetos sem avaliações integradas foi um dos fatores que levaram ao encolhimento da área.

"O principal desafio é fazer entender ao planejamento geral do país que o transporte hidroviário é muito importante. A construção de novos empreendimentos hidrelétricos deve contemplar obras de transposição para que a navegação exista e os recursos hídricos estejam à disposição não só do consumo humano, da geração de energia, mas também para a navegação interior".

No Caderno Setorial de Recursos Hídricos do tema Transporte Hidroviário, um diagnóstico vai de encontro à constatação do diretor do Fundo de Transportes.

"No Brasil, a navegação interior é, em geral, considerada de importância secundária pelos setores voltados ao aproveitamento dos recursos hídricos, em especial pela hidroeletricidade", diz o documento. "Com a privatização dos empreendimentos hidroelétricos, a situação se agravou, já que há muita resistência do setor privado em investir em eclusas, geralmente de quedas elevadas e que superam as dificuldades do transporte fluvial". O levantamento norteou os cenários, programas e diretrizes traçados no Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado em janeiro deste ano.

A dificuldade institucional do setor se impor enquanto meio de transporte de carga faz com que o transporte hidroviário responda por apenas 2% do transporte nacional quando comparado aos demais, ferroviário e rodoviário. "Não somos impactantes do ponto de vista ambiental, justamente porque não aproveitamos todo nosso potencial", conta Garcia.

O diretor garante, no entanto, que a atividade pode ser compatível com as prerrogativas ambientais, ao usar embarcações de casco duplo para cargas mais perigosas. "Aliás, o setor é o menos poluente, porque consome menos energia que os outros meios".

O problema histórico do desencontro entre o planejamento dos setores energético e de transporte hidroviário é apontado por Garcia como um dos principais entraves para que a modalidade hidroviária cresça na matriz de transporte de carga e como usuária de recursos hídricos.





Fonte: Agência Brasil

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