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Internacional
Domingo - 19 de Novembro de 2006 às 17:58

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Pelo 50 pessoas morreram neste domingo no Iraque em uma série atentados - um deles matou 22 trabalhadores na cidade xiita de Hilla, ao sul de Bagdá - pouco antes da chegada do ministro das Relações Exteriores da Síria, país acusado de apoiar os rebeldes.

Além disso, o vice-ministro iraquiano da Saúde, Amar Al-Safar, foi seqüestrado à tarde em Bagdá por um grupo de homens armados.

O vice-ministro é xiita, assim como o ministro Ali al-Chemmari, partidário do clérigo radical Moqtada al-Sadr.

De manhã, um suicida detonou um carro-bomba em meio a um grupo de funcionários da construção civil, no centro da cidade xiita de Hilla, 120 quilômetros ao sul de Bagdá, deixando 22 mortos e 44 feridos, segundo fontes médicas.

"O terrorista se apresentou aos homens reunidos dizendo que precisava de mão-de-obra. Dezenas de trabalhadores se aproximaram do carro, que explodiu de repente", explicou à AFP, Haidar Ali, 25 anos, que estava no local.

"Por quê tanta revolta com as pessoas pobres?", questionava Qais Mohamed, um trabalhador que atribuiu o atentado aos "takfiris", os extremistas sunitas.

Um grupo armado iraquiano, os ''Sarayas'' dos Leões do Direito, reivindicou a autoria do atentado de Hilla, sob a alegação de que era uma represália pelo seqüestro de entre 40 e 100 pessoas realizado em um dos edifícios do ministério da Educação Superior em Bagdá, na terça-feira passada.

Na capital, pelo menos 10 pessoas morreram e 45 ficaram feridas em três explosões de carros-bomba no terminal rodoviário Al-Meshtel, na zona sudeste da capital, situado em um bairro de maioria xiita.

A violência religiosa sacode o Iraque desde a destruição, em fevereiro, de um mausoléu xiita em Samarra, uma cidade sunita situada ao norte de Bagdá.

Os atentados contra os xiitas coincidiram com a chegada à capital iraquiana do ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, na primeira visita de um chefe diplomático sírio desde a queda do ex-ditador Saddam Hussein em abril de 2003.

Muallem permanecerá dois dias no Iraque e se reunirá com o presidente, Jalal Talabani, com o primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, e com seu colega iraquiano, Hoshyar Zebari.

"A visita pretende melhorar as relações entre os dois países e abordará questões de segurança e das fronteiras comuns", afirmou o deputado iraquiano xiita Bassem Sharif, que recordou que no passado "os governos de Bagdá acusavam a Síria de ajudar os terroristas e de oferecer asilo aos mesmos".

Sharif acrescentou que os contatos podem resultar em negociações, e inclusive, em uma reunião trilateral, entre Iraque, Síria e Irã.

As autoridades americanas acusaram em várias ocasiões a Síria e o Irã de apoiar a insurreição no Iraque.

Ainda neste domingo, uma bomba matou três crianças e deixou outra ferida em Hawija, norte do país, e uma bomba de fabricação caseira vitimou outras seis pessoas - três civis e três policiais - em Bagdá.

Homens armados mataram um coronel da polícia e seu motorista na zona leste da capital.

Oito camponeses morreram e dois foram feridos na manhã deste domingo quando rebeldes armados abriram fogo contra o microônibus no qual viajavam na região de Baaquba, ao norte de Bagdá.

Em Mossul, norte do país, um tenente das forças especiais de segurança e seu motorista também foram assassinados.

Além disso, as tropas iraquianas deram prosseguimento às investigações sobre o seqüestro de cinco seguranças ocidentais (quatro americanos e um austríaco), acontecido na quinta-feira perto da fronteira com o Kuwait.





Fonte: AFP

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