Famílias de dois americanos mortos em Cuba receberão indenização
Anderson foi detido pelas forças cubanas em abril de 61 e acusado de entregar armas a rebeldes anticomunistas alguns dias antes da invasão e, posteriormente foi executado por um esquadrão, informou hoje sua filha Bonnie Anderson, ex-correspondente da "CNN".
Já Ray, que pertencia à CIA (agência central de inteligência americana), morreu em um dos dois aviões bombardeiros "B-52" que participaram da invasão e que foram derrubados pelas tropas de Castro.
Em 19 de abril de 1961, as tropas cubanas derrotaram um Exército de mais de 1.300 mercenários e exilados anticastristas que tentavam invadir a Praia Girón e a Praia Grande (Baía dos Porcos, 180 quilômetros ao sudeste de Havana) e tirar Fidel Castro do poder.
A ordem de indenizar as famílias de ambos os cidadãos americanos foi ditada pelo juiz federal americano Victor Marrero.
O juiz decidiu que os familiares de Anderson e de Ray receberão US$ 90 milhões de contas cubanas congeladas em bancos americanos, desde 1963.
Em 1996, o Congresso americano aprovou uma lei que permite processar, nos EUA, países estrangeiros em casos relacionados com o terrorismo.
A lei busca beneficiar as famílias dos anticastristas que morreram quando vários aviões cubanos derrubaram os da organização de exilados cubanos "Hermanos al Resgate".
"A justiça foi feita, com Fidel Castro pagando pelo que fez", disse a filha de Anderson, que lamentou que sua mãe não esteja mais viva para receber a notícia.
"Tenho 51 anos e esperei minha vida inteira para ver a justiça ser feita", disse Anderson.
O embargo dos Estados Unidos contra Cuba foi imposto em fevereiro de 1962 com o objetivo de pressionar o Governo cubano e foi transformado em lei em 1992 e 1995.
Em 1999, o então presidente dos Estados Unidos Bill Clinton ampliou o embargo comercial e proibiu que filiais estrangeiras de empresas americanas façam negócios com Cuba por valores superiores a US$ 700 milhões por ano.
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