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Nacional
Sábado - 18 de Novembro de 2006 às 17:09

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A estudante universitária Carla Sobrado Cassalle, de 21 anos, alimentava-se basicamente de água e peixe para buscar o emagrecimento rápido. A jovem morreu com suspeita de complicações desencadeadas por anorexia nervosa e bulimia, na última quinta-feira, em Araraquara, a 275 quilômetros de São Paulo. Ela estava internada desde segunda, depois de sofrer duas paradas cardíacas. Carla media cerca de 1,70 metro e pesava 45 quilos.

A tia de Carla, a advogada Ilka Sobrado, lembra que a jovem dificilmente comia arroz e feijão, pois achava que a comida engordava, além de evitar frituras e alimentos gordurosos. Carla chegou a passar por uma nutricionista, mas, de acordo com a tia, não aceitava o acompanhamento profissional. A moça nunca aceitou que estava doente e criticava os familiares dizendo que tudo se tratava de mera "implicância".

Durante uma etapa do tratamento de anorexia, a universitária chegou a ser monitorada durante 24 horas por uma enfermeira para que não vomitasse a comida. Segundo a tia, é difícil dizer exatamente quando começaram os primeiros sintomas. No início, a família achava que era algo normal para uma jovem que buscava ficar em forma. Até porque Carla praticava esportes, entre eles a natação, que seguia regularmente desde os nove anos de idade.

A própria tia reconhece que depois de maltratar o corpo com dietas radicais, a estudante passou a tomar remédios diuréticos para perder mais peso. A relação de Carla com os pais também era outro fator agravante. Eles não moravam juntos e o pai não esteve próximo na criação da jovem. Mesmo assim, segundo a tia, a menina controlava bem a ausência paterna.

Considerada uma bela moça e sempre bem vestida, a estudante chegou a ser convidada para trabalhar como modelo, mas, segundo a tia, não aceitou o convite. Ela preferiu seguir o sonho de ser estilista e por isso ingressou no curso de Moda da Faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo. A família também aprovava a opção profissional da jovem que se mostrava intimidada com o mundo das passarelas.

A família admite que o contato com modelos possa ter influenciado a criação de regimes descontrolados. A tia espera que a morte de Carla sirva de alerta para outras moças que buscam um emagrecimento exagerado a base de dietas sem controle nutricional.

A anorexia virou foco das atenções nesta semana após a morte da modelo Ana Carolina Reston, também de 21 anos, que morreu na terça-feira de infecção generalizada em decorrência da doença. Aspirante ao mundo da fama, a modelo encerrou sua carreira ao chegar aos 40 quilos para 1,74 metro de altura. Depois de três semanas internada por uma dor nos rins, Carolina morreu de infecção generalizada em decorrência da anorexia nervosa. Ela viajaria no dia seguinte à internação para Paris.





Fonte: AE

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