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Nacional
Quinta - 16 de Novembro de 2006 às 15:45

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Relatório preparado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) traduz em números a tragédia crescente com que a sociedade brasileira convive: a alta taxa de mortalidade de jovens por causas violentas, principalmente homicídios. Entre 1994 e 2004, o total de homicídios subiu 48,8%, quando se avalia toda a população. Entre os jovens, esse ritmo foi bem mais acentuado, com crescimento de 64,2%.

O estudo mostra que houve uma pequena redução no ritmo de crescimento de homicídios entre 2003 e 2004, atribuído à Campanha pelo Desarmamento. O autor do trabalho, Julio Jacobo Waiselfisz, no entanto, adverte que tal redução dificilmente irá se manter, caso campanhas semelhantes ou outras políticas não sejam adotadas. Entre 2003 e 2004, a taxa geral de homicídios caiu 5,2%. "Foi um número expressivo, sobretudo quando levamos em conta o fato de o índice quebrar uma tendência de crescimento, que vinha se acentuando até 2003", diz.

O relatório mostra que, apesar da campanha, o Brasil continuou a ocupar a vergonhosa marca de campeão de mortes por arma de fogo entre jovens: em 2004, entre 100 mil jovens, 43,1 morreram por ferimentos causados por armas de fogo. As taxas de homicídio no Brasil são entre 30 a 40 vezes superiores a de países como Inglaterra, França e Japão. Entre jovens, o índice brasileiro chega a ser 100 vezes superior ao de países como Áustria e Japão.

Interiorização

A pesquisa alerta ainda para outro fenômeno, que vem se acentuando nos últimos anos no País: a interiorização da violência. O número de mortes por causas violentas sofreu significativo aumento nos últimos anos. Jacobo atribui esse fenômeno a três fatores: criação de novos pólos econômicos no interior, investimentos maiores feitos em regiões metropolitanas na área de segurança (determinados por uma nova política de segurança) e melhor coleta de dados.

Os números brasileiros, embora chocantes, poderiam ser ainda piores. Estima-se que há espalhados no País ainda grande número de cemitérios clandestinos e de mortes não registradas - número que chega a quase 20% do total dos óbitos. O estudo da OEI revela ainda um aumento do número de casos de mortes em acidentes de trânsito. Também neste caso, o maior crescimento registra-se entre jovens.





Fonte: AE

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