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Internacional
Quarta - 15 de Novembro de 2006 às 20:39

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, disse hoje que "está muito claro" que custaria menos ao planeta cortar as emissões dos gases que causam o efeito estufa agora do que "lidar com as conseqüências mais tarde". Annan falou na 12ª Conferência Internacional sobre o Clima, que está sendo realizada em Nairóbi, no Quênia, e que tem o objetivo de reforçar os compromissos pela luta contra o aquecimento global. O encontro é organizado pela ONU.

"Não permitam que alguém diga que não podemos agir", disse Annan, em clara referência àqueles que afirmam que a redução das emissões dos gases que causam o aquecimento climático poderia ferir o crescimento econômico, incluindo a administração do presidente americano George W. Bush. O secretário-geral também lamentou a "assustadora carência de liderança" para indicar os próximos passos em direção a uma redução mundial de emissões. "Devemos ter uma maior coragem política", conclamou Annan a cerca de 180 delegados presentes à conferência da ONU.

Durante as duas semanas de conferência, que será finalizada na sexta-feira, os representantes trabalham em questões técnicas que envolvem o Protocolo de Kyoto, que obriga as 35 nações mais industrializadas do mundo a reduzirem até 2012 as emissões dos gases do efeito estufa em 5% abaixo do nível de 1990. Os Estados Unidos e a Austrália são os únicos países industrializados a rejeitarem o tratado, ratificado em 1997. O presidente americano, George W. Bush, alega que o tratado afetaria negativamente a economia dos Estados Unidos e exige que os países em desenvolvimento, como Brasil e China, também se comprometam em reduzir suas emissões.

Os cientistas atribuem pelo menos parte do 0,6ºC de aumento na temperatura global no último século ao acúmulo na atmosfera de dióxido de carbono e outros gases, subprodutos de usinas de energia, automóveis e outras fontes de combustíveis fósseis. Segundo eles, a continuidade do aumento das temperaturas poderia causar sérios danos ao clima e ao planeta.

Ao afirmar que o custo para reduzir as emissões hoje seria menor que deixá-lo para o futuro, Annan se referia a um recente estudo patrocinado pelo governo britânico que diz que as conseqüências do aquecimento global - tais como o aumento do nível dos mares, secas e mudanças climáticas - poderiam custar entre 5% e 20% do PIB mundial a cada ano. "Fica claro que custará menos um corte das emissões agora que termos que lidar com as conseqüências mais adiante", afirmou Annan.





Fonte: AE

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