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Internacional
Quarta - 15 de Novembro de 2006 às 20:15

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Dez nações, entre elas o Irã e a Síria, e o grupo libanês Hezbollah estão fornecendo armamentos para o Conselho das Cortes Islâmicas, uma milícia que controla grande parte da Somália, violando um embargo internacional de armas e aumentando o risco de eclosão de uma guerra que pode envolver todo o Chifre da África, segundo relatório de uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório, a ser discutido pelo Conselho de Segurança da ONU, foi criticado por países citados e rechaçado por alguns diplomatas.

O relatório semestral sobre a efetividade do embargo de armas também afirmou que 720 mercenários somalis lutaram ao lado do Hezbollah em sua batalha contra Israel em julho. E alegou que o Irã enviou três navios carregados de armas para a milícia islâmica em troca de acesso a potenciais minas de urânio na cidade natal do líder do Conselho das Cortes Islâmicas, Dhusa Mareb. O relatório, que ainda não foi divulgado ao público, acusa o Irã de ter fornecido um avião para levar 40 somalis feridos no Líbano de volta para a Somália.

Mas diplomatas envolvidos na busca da paz para a Somália, especialistas regionais e autoridades dos países envolvidos rejeitaram muitas das denúncias. Um integrante do Hezbollah considerou o relatório "totalmente infundado". "É um relatório ridículo e engraçado", afirmou. O Hezbollah é uma organização xiita extremamente secreta que não recruta estrangeiros para suas fileiras. O grupo é fervorosamente xiita, assim como os clérigos que controlam o Irã, com rixas teológicas com as Cortes Islâmicas, fundamentalista sunita. Não houve nenhuma outra notícia de africanos lutando ao lado do Hezbollah contra Israel.

Um diplomata que tem acompanhado de perto os acontecimentos na Somália encontrou diversos erros no relatório. Pedindo para não ser identificado, ele questionou as informações sobre o interesse do Irã nas minas de urânio na Somália. "Existe muita desinformação em torno da Somália, portanto devemos ser muito céticos", aconselhou.

As Cortes Islâmicas controlam hoje a capital Mogadiscio e quase todo o sul da Somália, enquanto um governo apoiado pelo Ocidente está restrito à cidade de Baidoa, 250 quilômetros ao norte da capital. O governo, apoiado pela Etiópia e pelos EUA, e as Cortes Islâmicas, apoiadas pela Eritréia, estariam se preparando para uma guerra total pelo controle do país, segundo o relatório.





Fonte: AP

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