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Internacional
Quarta - 15 de Novembro de 2006 às 12:48

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A mudança climática constitui uma ameaça para a paz e a segurança mundiais, o que é agravado pela falta de liderança para enfrentar esse desafio, advertiu nesta quarta-feira, em Nairóbi, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Diante de várias dezenas de ministros de Meio Ambiente, que prestigiam a Conferência sobre o Clima na capital do Quênia e os quais devem definir suas políticas de luta contra as emissões de gases de efeito estufa, Annan ressaltou um dos problemas para enfrentar a questão.

"Enquanto falamos em ir mais longe (que os primeiros compromissos do Protocolo de Kyoto), existe uma carência terrível de liderança", afirmou.

Numa tentativa de recordar a cada um suas obrigações, Annan afirmou que o aquecimento do clima está na ordem do dia ao lado de ameaças como as guerras, a pobreza e a proliferação armamentista.

A ONU desempenha seu papel, "mas a principal responsabilidade de ação é dos Estados e, sobretudo, daqueles que são amplamente responsáveis pela acumulação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera", ou seja, os países industrializados que deverão "reduzir suas emissões" de gases de efeito estufa, assegurou.

Os países industrializados devem entrar em acordo sobre o caminho a seguir depois de 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005 e foi aprovado por 35 países desenvolvidos.

"Mas as emissões dos países em desenvolvimento tampouco podem seguir aumentando sem freios", considerou o secretário-geral, referindo-se às economias emergentes como China e Índia.

Nesta primeira conferência sobre o clima num país da África subsaariana, o continente africano e os Estados pobres em seu conjunto, que são os mais vulneráveis ao aquecimento do planeta, esperavam o apoio da comunidade internacional.

Consciente disso, Annan anunciou o compromisso de seis agências das Nações Unidas, que lançaram o "Marco de Nairóbi", para que se beneficiem dos dispositivos de adaptação previstos pelo Protocolo de Kyoto, em particular dos Mecanismos de Desenvolvimento Próprio (MDP).

Estes mecanismos permitem às empresas dos países industrializados que tenham ratificado o Protocolo de Kyoto financiar projetos no Sul com a finalidade de diminuir as emissões de gases de efeito estufa e, desta forma, contribuir para a descontaminação.

Por ora, a África só conta com nove projetos deste tipo, entre os 1.300 existentes.





Fonte: AFP

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