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É preciso aproveitar o momento bom
Não dá para evitar a linha da futurologia em relação às grandes questões econômicas de Mato Grosso. Sem falar nas políticas, é claro. Há um sincronismo convergindo a favor, apesar das circunstâncias gerais parecerem ruins.
O segundo mandato do presidente Lula terá necessariamente que ser de um governo voltado à harmonia política. O país saiu da eleição muito dividido política e geograficamente. Por causa da chamada política social como as bolsas-famílias e afins, o presidente teve votos maciços nas regiões Norte e Nordeste, em contraposição à votação menor nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A rigor, não dá para negar que resultaram dois brasis depois da eleição: o dos pobres e o dos ricos, e o das regiões Norte e Nordeste e o das outras três regiões.
Esse é o fato. A realidade pedirá que o presidente apazigue essa diferença eleitoral e reponha o Brasil dentro da sua realidade social e geográfica. Mas isso só se fará se for através de uma pacificação política. E essa pacificação implica numa política de coalizão entre governadores, partidos e bancadas parlamentares no Congresso Nacional. O presidente Lula parece já ter entendido isso. Está agindo nessa direção. Salvo as falas estabanadas que lhe são peculiares, ele parece caminhar mais para estadista do que para o palanqueiro do primeiro mandato.
Aqui entram as nossas conjecturas sobre Mato Grosso. Com o apoio do governador Blairo Maggi, que é reconhecidamente um líder empresarial aceito pelo setor do agronegócio brasileiro, Lula entrou nessa faixa e obteve votos. O aval do governador foi importante numa medida que não dá para medir com exatidão, mas foi importante.
A partir daí cabe especular sobre o futuro econômico de Mato Grosso. Desde a divisão do estado, a partir de 1979, Mato Grosso ficou muito à margem das políticas nacionais, apesar de ter dado ótimas respostas econômicas ao país nesse período. É o caso do agronegócio, por exemplo.
Assim, muda o enfoque desse segundo mandato governamental em Mato Grosso, como está mudando o do Brasil. Ao pretender o desenvolvimento econômico, o presidente Lula terá que mudar completamente todos os enfoques do governo. Com isso, se Mato Grosso conseguir se fazer entender e levar ao governo federal suas aspirações, terá a chance que não teve nesses últimos 27 anos, desde a divisão.
Isso significa o fortalecimento dos canais políticos ao nível executivo, entre o governador, o presidente e os ministérios, e entre a bancada parlamentar federal e os executivos estadual e federal.
Por parecer pouca coisa. Mas será uma engenharia enorme e muito complexa, porque num governo federal política e partidariamente pulverizado, abrir espaços pedirá muita competência, e novas formas de abordagem. Mais importante: a base estadual precisará abastecer o governador e a bancada de projetos que conduzam o estado ao desenvolvimento e aproveite a oportunidade que ninguém sabe quando se repetirá tão sincronizada.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM
O segundo mandato do presidente Lula terá necessariamente que ser de um governo voltado à harmonia política. O país saiu da eleição muito dividido política e geograficamente. Por causa da chamada política social como as bolsas-famílias e afins, o presidente teve votos maciços nas regiões Norte e Nordeste, em contraposição à votação menor nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A rigor, não dá para negar que resultaram dois brasis depois da eleição: o dos pobres e o dos ricos, e o das regiões Norte e Nordeste e o das outras três regiões.
Esse é o fato. A realidade pedirá que o presidente apazigue essa diferença eleitoral e reponha o Brasil dentro da sua realidade social e geográfica. Mas isso só se fará se for através de uma pacificação política. E essa pacificação implica numa política de coalizão entre governadores, partidos e bancadas parlamentares no Congresso Nacional. O presidente Lula parece já ter entendido isso. Está agindo nessa direção. Salvo as falas estabanadas que lhe são peculiares, ele parece caminhar mais para estadista do que para o palanqueiro do primeiro mandato.
Aqui entram as nossas conjecturas sobre Mato Grosso. Com o apoio do governador Blairo Maggi, que é reconhecidamente um líder empresarial aceito pelo setor do agronegócio brasileiro, Lula entrou nessa faixa e obteve votos. O aval do governador foi importante numa medida que não dá para medir com exatidão, mas foi importante.
A partir daí cabe especular sobre o futuro econômico de Mato Grosso. Desde a divisão do estado, a partir de 1979, Mato Grosso ficou muito à margem das políticas nacionais, apesar de ter dado ótimas respostas econômicas ao país nesse período. É o caso do agronegócio, por exemplo.
Assim, muda o enfoque desse segundo mandato governamental em Mato Grosso, como está mudando o do Brasil. Ao pretender o desenvolvimento econômico, o presidente Lula terá que mudar completamente todos os enfoques do governo. Com isso, se Mato Grosso conseguir se fazer entender e levar ao governo federal suas aspirações, terá a chance que não teve nesses últimos 27 anos, desde a divisão.
Isso significa o fortalecimento dos canais políticos ao nível executivo, entre o governador, o presidente e os ministérios, e entre a bancada parlamentar federal e os executivos estadual e federal.
Por parecer pouca coisa. Mas será uma engenharia enorme e muito complexa, porque num governo federal política e partidariamente pulverizado, abrir espaços pedirá muita competência, e novas formas de abordagem. Mais importante: a base estadual precisará abastecer o governador e a bancada de projetos que conduzam o estado ao desenvolvimento e aproveite a oportunidade que ninguém sabe quando se repetirá tão sincronizada.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/260772/visualizar/
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