Repórter News - reporternews.com.br
Esportes
Terça - 14 de Novembro de 2006 às 08:56

    Imprimir


São Paulo - "Ei, irmão... compra três cadeiras laranjas pra mim?" Com a conivência dos orientadores das bilheterias do Estádio do Morumbi e com a impossibilidade de ação da Polícia Militar, os cambistas fazem a festa na venda de ingressos para São Paulo e Atlético-PR, partida que pode decidir o título brasileiro no domingo. Para os torcedores que terão paciência para enfrentar cerca de três horas de espera, restam apenas 17.458 bilhetes dos 70.775 colocados à venda. Nas bilheterias, há apenas entradas para geral (de R$ 10,00 a R$ 20,00), cadeira laranja (R$ 25,00) e cativas proprietário (R$ 10,00).

Sempre em grupos, os 'vendedores informais' pedem para torcedores que acabaram de comprar ingressos que retornem a uma das cabines de venda. Fazem o pedido, entregam o dinheiro e o 'irmão' que ficou um tempão esperando na fila alimenta a comercialização informal de entradas. Em outra versão, pessoas ligadas aos próprios cambistas compram entradas, revezando-se durante a espera.

Como cambismo não é crime, os policiais militares que trabalham na área pouco podem fazer. No máximo, podem agir se algum torcedor denunciar a venda de entradas falsas, por exemplo. Já os orientadores da bilheteria fazem vistas grossas - na verdade, convivem muito pacificamente com os cambistas - e permitem que a pessoa retorne ao guichê. Com isso, o fluxo de pessoas que passam pelas bilheterias é lento. Durante o tempo em que a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo esteve no Morumbi, a fila tinha pelo menos 100 metros de extensão.

Outro motivo de grande irritação por parte dos torcedores foi a falta de informações. Marcelo Tadeu Alves que, com a mulher e a filha, saiu de Embu das Artes e esperou quase três horas para comprar arquibancadas vermelhas, chegou ao guichê e os ingressos estavam esgotados, embora os orientadores, segundo ele, tivessem garantido que as entradas estavam disponíveis. Para piorar, a vendedora do guichê deu ao torcedor três gerais vermelhas. Ao perceber a confusão, Marcelo pediu o dinheiro de volta. "Fico revoltado com a má organização. Agora vou negociar com cambistas ou desistir de ver o jogo", afirmou.

A venda de ingressos para a partida deste fim de semana foi iniciada na última sexta-feira, em sete locais de venda (além do Morumbi, Pacaembu, Canindé, Bruno José Daniel, Ginásio do Ibirapuera, Pitta Sports, Shopping Moto e Aventura e o site da Ingresso Fácil). Dos mais de 70 mil ingressos colocados à disposição dos são-paulinos, 30 mil faziam parte da promoção "Torcer faz bem", da Nestlé, mas estão esgotados.

Nas mãos dos cambistas, os ingressos sofrem ágio de mais de 100%. As cadeiras laranjas, que custam R$ 25,00 na bilheteria, são vendidas a R$ 60,00. Cadeiras cativas chegam a R$ 80,00 (o preço normal é de R$ 10,00 e, teoricamente, apenas aos proprietários). Quem quiser uma disputada arquibancada azul, vai ter que procurar muito até entre os próprios cambistas. "O pessoal está segurando. Só vai liberar mais pro fim da semana", disse um dos deles. O preço? R$ 50,00, hoje, para ingressos que custavam cinco vezes menos. Quanto mais perto do jogo, mais caro. Podem ir até R$ 100,00. "Quem quer comprar em cima da hora tem que pagar mais caro mesmo", ensina o 'vendedor'. (Amanda Romanelli)





Fonte: Agência de Notícias

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/260798/visualizar/