Homens seqüestram ao menos 100 pessoas em Bagdá

Bagdá - Cerca de 80 homens armados em trajes das tropas de elite da polícia iraquiana invadiram hoje o Instituto de Pesquisa Científica, Conhecimento e Relações Culturais do Ministério de Ensino Superior do Iraque, em Bagdá, tomando de cem a 150 reféns, de acordo com policiais e testemunhas. O ataque durou cerca de 20 minutos. Trata-se do mais ousado ataque contra a comunidade acadêmica do país desde março de 2003, quando o Iraque foi invadido por forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas.

Horas depois de os seqüestradores terem tomado mais os reféns, o ministro de Ensino Superior do Iraque, Abed Theyab, anunciou que as universidades públicas do país permanecerão fechadas até que existam garantias de segurança para os funcionários, professores e alunos das instituições de ensino.

"Não estou disposto a ver mais professores assassinados. Tenho apenas uma escolha: a suspensão das aulas nas universidades (públicas). Não há alternativa", declarou Thayeb. Ele afirmou que já pediu aos ministérios da Defesa e de Interior que protejam as universidades e os departamentos ministeriais, mas não recebeu resposta até o momento.

De acordo com Alaa Makki, presidente da Comissão de Educação do Parlamento iraquiano, há árabes xiitas e sunitas entre os reféns. O ataque começou por volta das 9h30 locais. Makki relatou que os seqüestradores levavam consigo uma lista com os nomes das pessoas que deveriam ser levadas e diziam fazer parte de uma missão de um organismo governamental engajado no combate à corrupção. Entre os reféns estão vice-diretores, visitantes e funcionários do instituto, prosseguiu.

Segundo policiais e testemunhas, durante a ação, os homens armados isolaram as ruas em torno da sede do ministério, estabelecida em Karradah, um bairro da região central de Bagdá. Entre outras atribuições, o instituto é responsável pela concessão de bolsas de estudos a acadêmicos e estudantes universitários iraquianos que pretendem estudar no exterior.

De acordo com testemunhas, os reféns foram separados entre homens e mulheres e colocados em salas separadas. Os homens foram algemados e posteriormente colocados a bordo de caminhonetes, sendo levados para local desconhecido até o momento. O número exato de reféns é desconhecido. (AE/AP)